O Uso da violência sexual contra a mulher como arma de guerra na jurisprudência do Tribunal Penal Internacional

In the 21st century, gender violence against women continues to be a scourge of humanity. This situation is even worse during armed conflicts, in which sexual violence against women is often used as a weapon of war. In this context, this article aims to identify the contributions of the jurisprudence of the International Criminal Court (ICC) in combating this problem. To this end, bibliographic research was carried out on national and comparative doctrine, as well as documentary research on the jurisprudence and documents of the ICC. Thus, it was found that the first time the ICC convicted someone of sexual violence was only in 2019, in the Ntaganda case, after other cases in which the accused were acquitted for technical reasons. This change in the ICC's position can be attributed to the efforts of its Prosecutor's Office, which mobilized for the gender perspective to be included in the trials, starting to look at the pain and suffering of women, victims of the cruelest forms of violence, instead of the blind application of the norm, which ignores human vulnerabilities, products of historically constructed prejudices.En pleno siglo XXI, la violencia de género contra las mujeres sigue siendo una lacra de la humanidad. Esta situación es aún peor durante los conflictos armados, en los que la violencia sexual contra las mujeres suele utilizarse como arma de guerra. En ese contexto, este artículo tiene como objetivo identificar los aportes de la jurisprudencia de la Corte Penal Internacional (CPI) en el combate a esta problemática. Para ello, se realizó una investigación bibliográfica sobre doctrina nacional y comparada, así como una investigación documental sobre la jurisprudencia y documentos de la CPI. Así, se constató que la primera vez que la CPI condenó a alguien por violencia sexual fue recién en 2019, en el caso Ntaganda, luego de otros casos en los que los acusados ​​fueron absueltos por razones técnicas. Este cambio en la posición de la CPI se puede atribuir a los esfuerzos de su Fiscalía, que se movilizó para que la perspectiva de género se incluyera en los juicios, pasando a mirar el dolor y el sufrimiento de las mujeres, víctimas de las más crueles formas de violencia, en lugar de de la aplicación ciega de la norma, que ignora las vulnerabilidades humanas, producto de prejuicios históricamente construidos.Em pleno século XXI, a violência de gênero contra a mulher continua sendo um flagelo da humanidade. Essa situação agrava-se ainda mais durante conflitos armados, nos quais a violência sexual contra a mulher é frequentemente usada como arma de guerra. Nesse contexto, o presente artigo objetiva identificar as contribuições da jurisprudência do Tribunal Penal Internacional (TPI) no combate a essa problemática. Para tal, realizou-se pesquisa bibliográfica na doutrina nacional e comparada, bem como pesquisa documental na jurisprudência e documentos do TPI. Desse modo, verificou-se que a primeira que o TPI condenou alguém por violência sexual foi somente em 2019, no caso Ntaganda, após outros casos nos quais os acusados foram absolvidos por questões técnicas. Essa mudança de posição do TPI pode ser atribuída aos esforços da sua Procuradoria, que se mobilizou para que a perspectiva de gênero fosse incluída nos julgamentos, passando a olhar a dor e o sofrimento das mulheres, vítimas das formas mais cruéis de violência, em lugar da aplicação cega da norma, que ignora as vulnerabilidades humanas produtos de preconceitos historicamente construídos