Encontrar termitófilos pode ser custoso ao cupim hospedeiro

Termites nests are commonly invaded by other arthropods looking for food or shelter. These invaders cohabit with the builder species forming a symbiotic association known as termitophily. As every interespecific in- teraction, symbioses are characterized in a cost-benefit perspective, which defines if the interaction is positive or negative to the species associated. However, for termitophily, such costs and benefits are still poorly unders- tood, specially because it occurs cryptically, with the closed environment of a termitarium. Given this gap in the study of termitophily, in this dis- sertation we measured the costs arisen from the interespecific encounters between the termite Constrictotermes cyphergaster Silvestri 1901 (Termitidae: Nasutitermitinae) and the termitophilous beetle Corotoca melantho Schiødte 1853 (Staphylinidae: Aleocharinae), using a parameter of survival of individuals when confined in interspecific groups. To investigate what could cause such costs, we performed behavioral observations of the termitophile with its host termite in laboratory bioassays. Because termites on labora- tory bioassays would be exposed to an illumination they do not experience naturally, we additionally check the effects of cold white lights and infrared lights on termites survival. The results showed that the termitophile presence was costly to termites, reducing their survival, while the termite presence was beneficial to the beetles delaying their time until death. Additionally, as termitophile numbers decreased, we observed that termites survival increased. These results seem to stem from negative effects of the termitophiles upon termites. In mixed-species groups, termitophiles were shown to engage in mouth-to-mouth contacts with termites, and to fre- quently bite their hosts; such interactions resulting in significant reduction in termite survival. These effects were progressively stronger as the proportion of C. melantho individuals relative to their termite host increased. Very harmfull effects, however, would be only observed in C. melantho propor- tions far above the values normally observed in the field. It seems hence that termitophiles natural low abundance inside termitaria would make their costs unnoticed by their host termites. Regarding the illumination on the bioassays, when comparing survival of termites exposed to artificial lights with those kept in the dark, no statiscal difference was found. We then propose that bioassays can be conducted under infrared or cold white light as these light regimes do not affect the survival of tested individuals.Ninhos de cupins são comumente invadidos por outros artrópodes pro- curando comida ou abrigo. Estes invasores coabitam com a espécie construtora formando uma associação simbiótica conhecida como termitofilia. Como toda interação interespecífica, simbioses são caracterizadas em uma perspectiva de custo-benefício, que define se a interação é positiva ou negativa para as espécies associadas. Porém, para a termitofilia, tais custos e benefícios ainda são pouco entendidos, especialmente por se tratar de uma interação que ocorre dentro do ambiente fechado do cupinzeiro. Devido a essa lacuna no estudo da termitofilia, nesta dissertação nós medimos os custos resultados dos encontros interespecíficos entre os cupins Constricto- termes cyphergaster Silvestri 1901 (Termitidae: Nasutitermitinae) e os besouros termitófilos Corotoca melantho Schiødte 1853 (Staphylinidae: Aleocharinae), usando como parâmetro a sobrevivência dos indivíduos quando confinados em grupos interespecíficos. Para investigar o que poderia causar tais custos, observamos o comportamento dos termitófilos com seus cupins hospedeiros em bioensaios de laboratório. Como os cupins em condições de laboratório seriam expostos a uma iluminação que naturalmente eles não estão expostos, nós também analisamos os efeitos de luz branca fria e luz infravermelha na sobrevivência de cupins. Os resultados mostraram que a presença do termitófilo foi custosa aos cupins, reduzindo sua sobrevivência, enquanto a presença dos cupins foi benéfica aos besouros, por aumentar seu tempo de vida. Porém, enquanto os números dos termitófilos diminuíam, observamos que a sobrevivência dos cupins aumentava. Estes resultados parecem decorrer dos efeitos negativos dos termitófilos sobre os cupins. Em grupos interespecíficos, termitófilos foram observados rea- lizando contatos boca-a-boca com os cupins e, frequentemente, mordendo seus hospedeiros; e tais interações foram correlacionadas com uma redução significativa na sobrevivência dos cupins. Esses efeitos foram progressiva- mente mais fortes à medida que a quantidade de indivíduos de C. melantho aumentava em relação aos cupins hospedeiros. Porém, efeitos muito prejudiciais aos cupins só foram observados em proporções de C. melantho muito acima dos valores normalmente observados em campo. Parece, portanto, que a baixa abundância natural dos termitófilos dentro do cupinzeiro tornaria seus custos imperceptíveis aos seus cupins hospedeiros. Em relação à iluminação nos bioensaios, nós comparamos a sobrevivência dos cupins quando expostos às luzes artificiais e quando mantidos no escuro, e não encontramos diferenças estatísticas. Nós então propomos que bioensaios podem ser conduzidos sob luz branca fria e infravermelho, já que estas iluminações não afetaram a sobrevivência dos indivíduos testados.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superio