História, consciência antecipatória e utopia: a discussão entre Georg Lukács e Ernst Bloch sobre Thomas Müntzer e a totalidade dialética

Based on Ernst Bloch’s review “Actuality and Utopia” (1923), on the work of his youth friend Georg Lukács, History and Class Consciousness, this article first reviews the coincidences between the two thinkers about recovering Hegelian dialectics and its concept of totality for historical materialism. Then we study the debate that both had about the german theologian Thomas Müntzer and the relevance of characterizing him as an abstract utopian or as a theologian of the revolution because in this discussion the place of utopia in the dialectical understanding of reality is crystallized. Finally, we analyze Bloch’s critique of the Lukacsian concept of totality in his review, for his inability to give space in social reality to religion (and other fields), the multiplicity of temporal rhythms and anticipatory consciousness, and his alternative proposal of the concept of the sphere, which subsumes the contributions of the totality, but also take to a higher level the dialectical understanding of reality.A partir de la reseña “Actualidad y utopía” (1923), que Ernst Bloch escribió sobre la obra de su amigo de juventud Georg Lukács, Historia y consciencia de clase, en el presente artículo se revisan, en un primer momento, las coincidencias entre ambos pensadores acerca de recuperar la dialéctica hegeliana y su concepto de totalidad para el materialismo histórico. Después se repasa el debate que ambos tuvieron sobre el teólogo alemán Thomas Müntzer y la pertinencia de caracterizarlo como un utopista abstracto o como un teólogo de la revolución, pues en esa discusión se cristalizan el lugar que tiene la utopía en la comprensión dialéctica de la realidad. Por último, se analiza la crítica de Bloch al concepto de la totalidad lukacsiana en su reseña, por su incapacidad para darle espacio en la realidad social a la religión (y otros ámbitos), la multiplicidad de ritmos temporales y la conciencia anticipadora, y su propuesta alternativa del concepto de esfera, la cual subsume los aportes de la totalidad, pero también lleva a un mayor nivel la comprensión dialéctica de la realidad.Baseado na revisão "Atualidade e Utopia" (1923), que Ernst Bloch escreveu sobre o trabalho de seu jovem amigo Georg Lukács, História e Consciência de Classe, este artigo revisa primeiramente as coincidências entre os dois pensadores em termos de recuperação da dialética Hegeliana e seu conceito de totalidade para o materialismo histórico. Em seguida, revisa o debate que ambos tiveram sobre o teólogo alemão Thomas Müntzer e a relevância de caracterizá-lo como uma utopia abstrata ou como um teólogo de revolução, já que esta discussão cristaliza o lugar da utopia na compreensão dialética da realidade. Finalmente, a crítica de Bloch ao conceito Lukacsian de totalidade é analisada em sua revisão, por sua incapacidade de abrir espaço na realidade social para a religião (e outras esferas), a multiplicidade de ritmos temporais e a consciência antecipada, e sua proposta alternativa do conceito de esfera, que subsume as contribuições da totalidade, mas também leva a compreensão dialética da realidade a um nível superior