The immanentization of civitas in the political theory of Marsilius of Padua

In this work, we exam the political philosophy of Marsilius of Padua from the perspective of a possible immanentization of the spheres which compose his general theory of the State. The notion of immanentization used in this work is broad, but refers in general to the defense of an autonomy of the temporal over the spiritual sphere (that is, that there are things which are inherent to the first and which should be sought by itself). The work is divided into two major groups: in the first, we seek to present the general elements of the Paduan's thought (both political and ecclesiological), so that in the second group we can look over them essentially by what we consider to be the renovatio marsiliana. Such renovatio would be precisely this immanentization. Thus, we investigate how Marsilius operate this immanentization in his notions of civitas, pax and lex, as well as of the origin of the power (in the figure of the legislator) and the function of the prince (city’s pars principans). At the end of the work, we return to what has been stated and defend that we can, indeed, speak in a renovatio: although Marsilius recognized the importance of the Christian faith and of the last and supernatural end of man, his political theory stipulates that, in everything that concerns this sphere, we must rely on what can be obtained through reason and human experience. We consider the Defensor Pacis as a cohesive work whose purpose is to expose and combat the errors of the plenitudo potestais theory and, in this way, we try to avoid the error of considering the work from an exclusive reading of the Prima Dictio. Nevertheless, we believe that it is appropriate to argue that Marsilius operates an immanentization of the political sphere that, in a way, distances himself significantly from what his contemporaries had advocated.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESNesse trabalho, analisamos a filosofia política de Marsílio de Pádua sob a ótica de uma possível imanentização das esferas que compõem sua teoria do Estado. A noção de imanentização utilizada no trabalho é ampla, mas, no geral, refere-se à defesa de uma autonomia da esfera temporal sobre a espiritual (isto é, de que existem coisas que são inerentes a primeira e que devem ser buscadas por si). Dividimos o texto em dois grandes grupos: no primeiro, buscamos apresentar os elementos gerais do pensamento do paduano (tanto político, como eclesiológico), para que, no segundo grupo, possamos analisá-los essencialmente sob a ótica daquilo que consideramos a renovatio marsiliana. Tal renovatio seria justamente essa imanentização. Dessa forma, analisamos como Marsílio essa imanentização da concepção de civitas, pax e lex, assim como da origem do poder (na figura do legislator) e da função do príncipe (a pars principans da cidade). Ao final do trabalho, retomamos aquilo que foi exposto e defendemos que podemos, de fato, falar em uma renovatio: embora Marsílio reconhecesse a importância da fé cristã e o fim último sobrenatural, sua teoria política estipula que, em tudo aquilo que diz respeito a essa área, devemos nos basear naquilo que pode ser obtido através da razão e da experiência humana. Consideramos o Defensor Pacis como uma obra coesa, cuja finalidade está na exposição e combate aos erros da teoria da plenituto potestatis e, dessa forma, buscamos evitar o erro de considerar a obra a partir de uma leitura exclusiva da Prima Dictio. Ainda assim, acreditamos ser adequado defender que Marsílio opera uma imanentização da esfera política que, de certa forma, distancia-se significativamente daquilo que seus contemporâneos preconizaram