¿Para qué/a quién sirven las categorizaciones de identidad?: Un estudio sobre el pensamiento de vida LGBT+

ABSTRACT The knowledge and discourses that circulate among the subjects enrolled in the LGBT+ life thinking, a counter-hegemonic discursive regime to the cisheteronormative colonialist framework, demand a self-analysis, since they reproduce oppressive patterns. Thus, my aim with this study is to investigate, on the one hand, the discursive functioning of the LGBT+ Movement, regarding the way identities are created from which individuals start to (self)represent themselves in society; and, on the other hand, to discursively identify the ways how LGBT+ subjects perceive the movement and signify its practices, knowledges, and discursivities. Therefore, I develop a discursive study, based on the theoretical conceptions of Michel Foucault and Michel Pêcheux, seeking to understand the conditions of possibility and the effects of meaning constructed in the enunciations of a) the LGBT+ Movement; and b) LGBT+ subjects. For that, I take all the slogans already used in the editions of the Uberlândia Pride Parade; and formulations in response to a questionnaire proposed to individuals who call themselves LGBT+ and who volunteered to participate in this research through its dissemination in LGBT+ Facebook groups. In this way, I identify three regimes of enunciability of the LGBT+ Movement: in the first, I organize slogans that function in order to politically and socially represent the subjects of the movement; in the second, I arrange the slogans that warn of prejudices experienced specifically by such subjects; and, in the third, I expose the slogans that are directed at celebrating the fact that these subjects are diverse from the norm. From the knowledge discursivized by the LGBT+ subjects who participated in the research, I identify colonialist meaning effects constituting power relations in the subjective interrelations of the identities represented by the movement; moreover, I perceive the enunciations of the research participants being made possible by the feeling of representative inequality/ insufficiency promoted by the movement to each identity category. From this, I reflect on the need for the LGBT+ Movement to perform a self-critique of the political strategies it assumes, questioning itself in the direction of analyzing which regimes of knowledge they have served and put into circulation. Finally, I consider the importance that identity agendas have had, to some extent, to the LGBT+ Movement, but in contrast, by analyzing the colonialist traversals and oppressive effects that displace within LGBT+ life thinking, I ponder the possibility that the movement, by positioning itself in a queer and decolonializing way, can overcome the classificatory functioning, disrupting it.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorDissertação (Mestrado)Os saberes e discursividades que circulam entre os sujeitos inscritos no pensamento de vida LGBT+, um regime discursivo contra-hegemônico ao quadro colonialista cisheteronormativo, demandam uma autoanálise, uma vez que reproduzem padrões opressivos. Nesse sentido, meu objetivo com este estudo é investigar, de um lado, o funcionamento discursivo do Movimento LGBT+, no que diz respeito à maneira como são criadas identidades a partir das quais os indivíduos passam a se (auto)representar em sociedade; e, de outro, identificar, discursivamente, as formas como sujeitos LGBT+ percebem o movimento e significam suas práticas, saberes e discursividades. Sendo assim, desenvolvo um estudo discursivo, fundamentado pelas concepções teóricas de Michel Foucault e Michel Pêcheux, buscando compreender as condições de possibilidade e os efeitos de sentido construídos nas enunciações a) do Movimento LGBT+; e b) de sujeitos LGBT+. Para isso, tomo todos os slogans já utilizados nas edições da Parada do Orgulho de Uberlândia; e formulações em resposta a um questionário proposto a indivíduos que se autodenominam LGBT+ e que se voluntariaram a participar desta pesquisa através de sua divulgação em grupos LGBT+ do Facebook. Com isso, identifico três regimes de enunciabilidade do Movimento LGBT+: no primeiro, organizo slogans que funcionam de modo a representar política e socialmente os sujeitos do movimento; no segundo, disponho os slogans que fazem alertas de preconceitos vivenciados especificamente por tais sujeitos; e, no terceiro, exponho os slogans que se direcionam à celebração por esses sujeitos serem diversos à norma. Já dos saberes discursivizados pelos sujeitos LGBT+ que participaram da pesquisa, identifico efeitos de sentido colonialistas constituindo relações de força nas inter-relações subjetivas das identidades representadas pelo movimento; além disso, percebo as enunciações das participantes da pesquisa sendo possibilitadas pelo sentimento de insuficiência e/ou desigualdade representativa promovida pelo movimento a cada categoria identitária. A partir disso, reflito sobre a necessidade de o Movimento LGBT+ realizar uma autocrítica das estratégias políticas que assume, questionando-se em direção a analisar quais regimes de saberes elas têm atendido e colocado em circulação. Por fim, considero a importância que as pautas identitárias tiveram, até certo ponto, ao Movimento LGBT+, mas, em contrapartida, ao analisar os atravessamentos colonialistas e efeitos opressivos que se deslocam para o interior do pensamento de vida LGBT+, faço ponderações sobre a possibilidade de que o movimento, posicionando-se de forma queer e descolonializante, supere o funcionamento classificatório, desestruturando-o