Conflito hídrico e defesa territorial: mulheres no Movimiento Campesino de Santiago del Estero, Argentina

Latin America is currently undergoing, to a worrying degree, the advance of the extractive-export model, which aggravates distributive conflicts associated with territorial and water resources. In the face of these processes, environmental resistances have been articulated by vulnerable peasant-indigenous populations, who oppose this productivist paradigm by advancing sustainable development ethics. This study is based on the ethnographic case of Santiago del Estero, a province in the center-north of Argentina, traditionally considered “unproductive”, which has been drastically affected by agriculturization. There, the populations affected by land grabbing, evictions, and environmental contamination have formed the Peasant Movement of Santiago del Estero (Mo.Ca.Se). From a gender perspective and an anthropological approach focused on observation and interviews, we explore the impact of environmental injustices – specifically, water injustice – on peasant-indigenous communities and the extreme vulnerability that it entails for women and girls. It is concluded that women play a transcendental role in the resilience strategies of their communities, within a context of scarcity, violence, and dispossession. At the same time, another of the findings is that collectively organized territorial defense facilitates their access to water and other resources, through the generation of broader networks and alliances, even on a transnational scale.América Latina se encuentra atravesando hoy, en grado preocupante, el avance del modelo extractivo-exportador, el cual agrava los conflictos distributivos asociados a los recursos territoriales e hídricos. Frente a estos procesos, se han articulado resistencias ambientales conformadas por poblaciones campesino-indígenas vulneradas, que se oponen al paradigma productivista planteando éticas de desarrollo sostenible. Este trabajo parte del caso etnográfico de Santiago del Estero, una provincia del centro-norte de Argentina, tradicionalmente considerada como “improductiva”, la cual ha resultado drásticamente afectada por la agriculturización. Allí, las poblaciones perjudicadas por procesos de acaparamiento de tierras, desalojos y contaminación ambiental han conformado el Movimiento Campesino de Santiago del Estero (Mo.Ca.Se). Desde una perspectiva de género y un abordaje antropológico centrado en observaciones y entrevistas, se explora el impacto de las injusticias ambientales, específicamente el de la injusticia hídrica, en las comunidades campesino-indígenas y en la sobrevulneración que implica para las mujeres y niñas. Se concluye que las mujeres ocupan un rol trascendental en las estrategias de resiliencia de sus comunidades, dentro de un contexto de escasez, violencias y despojos. A la vez, otro de los hallazgos radica en que la defensa territorial organizada de manera colectiva favorece su situación en relación con el acceso al agua y otros recursos, mediante la generación de redes y alianzas más amplias, incluso a escala transnacional.A América Latina vive hoje, de forma preocupante, o avanço do modelo extrativista-exportador que agrava os conflitos distributivos associados aos recursos fundiários e hídricos. Diante desses processos, tem se articulado a resistência ambiental composta por populações camponesas-indígenas vulneráveis, que se opõem ao paradigma produtivista, propondo uma ética do desenvolvimento sustentável. Este trabalho se baseia no caso etnográfico de Santiago del Estero, província do centro-norte da Argentina, tradicionalmente considerada "improdutiva", que foi drasticamente afetada pela agricultura. Ali, as populações afetadas por processos de grilagem, despejos e poluição ambiental formaram o Movimiento Campesino de Santiago del Estero (Mo.Ca.Se). A partir de uma perspectiva de gênero e uma abordagem antropológica centrada em observações e entrevistas, explora-se o impacto das injustiças ambientais, especificamente a injustiça hídrica, nas comunidades camponesas indígenas e a supervulneração que isso implica para mulheres e meninas.  Conclui-se que as mulheres ocupam um papel transcendental nas estratégias de resiliência de suas comunidades, dentro de um contexto de escassez, violência e desapropriação. Ao mesmo tempo, outra constatação é que a defesa territorial organizada coletivamente favorece sua situação em relação ao acesso à água e outros recursos, por meio da geração de redes e alianças mais amplas, mesmo em escala transnacional