Tanto pânico para nada? Representações e realidades da solicitação online de menores

This paper is concerned with where the public’s ideas come from about online risks to children and young people. Combining perspectives from criminology, sociology and media studies, it will be argued that as a culture we are confused about childhood and hold on to highly ambiguous ideas about children and sexuality. Further, despite the media’s inclination to present adult attraction to children as a uniquely "modern" phenomenon, conflicting notions of childhood have always underpinned social and legal norms and were particularly salient in Victorian society. More recently, at precisely the same time as individuals have retreated from public spheres to the "security" of domestic and privatized spaces, we have seen the emergence of one of the most feared phenomena of the age: the online sexual abuse of children.Este artigo visa compreender de onde provêm as ideias da sociedade sobre os riscos existentes online para as crianças e jovens. Articulando perspetivas das áreas da criminologia, da sociologia e dos estudos dos media, argumentaremos que, do ponto de vista cultural, a sociedade não possui uma visão clara sobre a infância e atém-se a ideias extremamente ambíguas sobre a mesma e sobre a sexualidade. Adicionalmente, apesar da tendência dos media para apresentarem a atração dos adultos por menores como um fenómeno exclusivamente «moderno», sempre estiveram subjacentes às normas sociais e legais ideias contraditórias sobre o tema, que foram particularmente salientes na sociedade vitoriana. Atualmente, numa altura em que os indivíduos têm preterido os espaços públicos em favor da «segurança» dos ambientes domésticos e privados, tem-se assistido à emergência de um dos fenómenos mais preocupantes da nossa época: o abuso sexual online de menores