Para que nos servem os súditos do filho do céu? Raça, miscigenação e branqueamento nos debates sobre a Imigração Chinesa (1850-1890)

This article aims to analyze Brazilian imperial elites’ discourses against Chinese immigration to Brazil between 1850 and 1890. Those speeches were informed by a wide variety of prejudices, which included a hierarchization of human races and Eurocentric notions of progress. In their writings about Chinese immigration, intellectuals, politicians, physicians, and farmers condemned the arrival of immigrants to Brazil claiming that immigrants would bring addictions, uncivilized habits, and further miscegenation, which would “degenerate even more” the national racial type. As historical sources, this article deploys books, articles in specialized scientific journal, newspapers articles, reports, and annals of the 1878 Agricultural Congress; the article seeks a deeper understanding of claims made against Chinese immigration in a larger context of debates about European immigration, workforce crisis in the coffee farming sector, and the formation of national identity. Claims against Chinese immigration demonstrate to what degree colonization was linked to the creation of a Europeanized national identity. The national immigration policies were simultaneously perceived as colonizing and civilizing efforts. These policies revealed a political elite’s attempt at homogenizing the nation, thus Europeanizing and whitewashing Brazil.Este artículo tiene como objetivo analizar los discursos promovidos por las élites imperiales brasileñas contra la inmigración China a Brasil entre 1850 y 1890. Estos discursos fueron informados por una serie de prejuicios, basados en la jerarquía de las razas humanas y las percepciones eurocéntricas del progreso. En sus escritos sobre la inmigración China, intelectuales, políticos, médicos y campesinos condenaron la llegada de inmigrantes a Brasil, alegando que traerían adicciones, costumbres incivilizadas y mestizas, “degenerando aún más” el tipo racial nacional. Como documentos históricos, utilizo: libros, artículos en revistas especializadas, artículos periodísticos, reportajes y los anales del Congreso Agrícola de 1878, buscando comprender los discursos adversos a la inmigración China en el contexto más amplio de debates sobre la inmigración europea, la crisis laboral en el cultivo del café y la formación de la identidad nacional. Los discursos contra la inmigración China demuestran hasta qué punto los temas de la colonización estaban vinculados a la construcción de una identidad nacional europeizada. Las políticas nacionales de inmigración fueron percibidas al mismo tiempo como colonizadoras y civilizadoras, lideradas por una élite preocupada por homogeneizar la nación, europeizar y blanquear Brasil.O presente artigo tem como objetivo analisar os discursos promovidos pelas elites imperiais brasileiras contra a imigração chinesa para o Brasil entre 1850 e 1890. Estes discursos eram informados por uma gama de preconceitos, baseados na hierarquização das raças humanas e percepções eurocêntricas de progresso. Em seus escritos sobre a imigração chinesa, intelectuais, políticos, médicos e fazendeiros condenavam a vinda de imigrantes para o Brasil alegando que estes trariam vícios, costumes incivilizados e se miscigenariam, “degenerando ainda mais” o tipo racial nacional. Utilizo, como documentos históricos: livros, artigos em periódicos especializados, artigos de jornais, relatórios e os anais do Congresso Agrícola de 1878, buscando compreender os discursos avessos à imigração chinesa no contexto maior dos debates sobre imigração europeia, crise de mão de obra na agricultura cafeeira e a formação da identidade nacional. Os discursos contrários à imigração chinesa demonstram o quanto as questões de colonização estavam ligadas à construção de uma identidade nacional europeizada. As políticas nacionais de imigração eram percebidas ao mesmo tempo como colonizadoras e civilizatórias, dirigidas por uma elite preocupada em homogeneizar a nação, europeizando e branqueando o Brasil