Este artigo propõe uma defesa contingente da concepção epistêmica da democracia a partir de uma reconstrução do conceito de verdade elaborado por John Stuart Mill e William James. Ao contrário do que os detratores da democracia epistêmica afirmam, a aproximação entre verdade e democracia não necessariamente torna esta inóspita ao conflito e ao pluralismo. A verdade pode ser reinterpretada, de modo a tornar-se compatível com uma política democrática que aprecia o conflito e o dissenso. Em algumas circunstá‚ncias, asserções com pretensão de verdade são relevantes para a política, devendo, portanto, ser objeto de deliberação democrática