Pesquisa de tuberculose geniturinária em pacientes com antecedente de tuberculose pulmonar através de tomografia de abdômen

Segundo a Organização Mundial da Saúde 30% da população mundial é portadora do Mycobacterium tuberculosis na sua forma latente e que, em apenas 22 paises estão concentrados 80% dos casos anuais de tuberculose do mundo(WHO, 2005). O Brasil ocupa o 15º lugar, com incidência anual estimada de 90 mil casos novos a cada ano (HIJJAR et al., 2001). Dados do Ministério da Saúde relativos ao ano de 2005, mostram que a região Norte teve uma taxa de incidência de casos novos de 47,55/100.000 habitantes, sendo que no Estado do Amazonas foi de 64,52/100.000 habitantes, correspondendo a maior taxa da região que só foi menor que a do Estado do Rio de Janeiro (80,49/100.000 habitantes) (SINAN, 2008). Segundo Wyner (1996), de 10 milhões de pessoas no mundo que apresentam a doença tuberculose, cerca de um sexto com lesão pulmonar (Tb pulmonar) também desenvolve a doença em outros órgãos (Tb extra-pulmonar). Dos que apresentam essa concomitância, 20% são diagnosticados como tuberculose renal. Quando ocorre a concomitância da Tb pulmonar e urogenital, o período de latência entre a infecção pulmonar e o aparecimento dos sintomas urinários pode variar de 5 a 20 anos, a fase precoce da doença é silenciosa e tende a evoluir para a cicatrização, cicatrização essa que acaba por ser responsável pelas alterações no trato genito-urinário (SABANEEF; FILHO, 2003). A evolução lenta, assintomática e altamente destrutiva da tuberculose do trato urinário, propicia o questionamento da existência despercebida e concomitante de Tuberculose pulmonar e do trato urinário, em pacientes com mais de 60 anos de idade ou em pacientes de qualquer idade que apresentam recidiva da doença. O presente projeto consiste em averiguar se pacientes com histórico de tuberculose pulmonar, com mais de 60 anos de idade ou que tiveram recidiva da doença, apresentam alterações radiológicas compatíveis com tuberculose urinária, o que poderá propiciar mudanças na abordagem do diagnóstico e acompanhamento terapêutico da doença para evitar as graves seqüelas que podem surgir no trato urinário.FAPEA