As perspectivas dos professores em relação às minorias étnicas

Tese de Mestrado em Ciências da Educação (Área de Educação Intercultural) apresentada à Universidade de Lisboa através da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, 2004Vários fenómenos, tais como a crescente circulação de pessoas, bens, evolução das tecnologias, exigem situações originais, cada vez mais complexas para os indivíduos na formação da sua personalidade autónoma, responsável e dinâmica na escola e sociedade. A heterogeneidade étnica e cultural é, assim, estruturante das sociedades contemporâneas, porém, a coexistência da diversidade cultural nem sempre é pacifica. Geram-se conflitos devido à imposição de um quadro de referência cultural dominante; à falta de promoção e tolerância para com as diferenças; à depreciação das culturas das minorias (Barbosa, 1992). Por outro lado. tenta-se promover a igualdade de oportunidades no acesso à educação de todos. Numa perspectiva interculturalista a escola pode contribuir muito para o verdadeiro intercâmbio das culturas em presença, ou seja para a integração da pluralidade para que todos se sintam parte integrante da sociedade. A construção da sociedade do futuro não pode esperar. A cultura dominante não pode esperar que as culturas minoritárias percam a sua voz ao se diluírem e ao se deixarem absorver pela cultura vigente. A profissão de professor abarca uma maior diversidade de funções e tarefas, que ultrapassam a planificação de aula, a sua execução e avaliação. O docente deve educar, atendendo à diversidade dos seus alunos, estabelecer laços de cooperação entre a escola e o meio que a envolve, criando parcerias positivas com os pais e a comunidade; promover o projecto educativo da escola, valorizando a cultura cívica e ecológica; orientar os alunos para a prática e respeito de valores comuns; levar os alunos a aprender a aprender e a desenvolver competências importantes para a sua participação activa, dinâmica e positiva na escola, no mundo do trabalho e na própria sociedade. Neste contexto, este estudo procurou, através de entrevistas semi-directivas e inquérito por questionário, analisar se nos mantemos alheios à realidade que nos rodeia, perpetuando perspectivas e atitudes assimilacionistas ou se. pelo contrário, caminhamos no sentido do interculturalismo contribuindo, assim, para uma sociedade mais justa e igual