Tradicionalmente a infância tem sido entendida por concepções universais, desenvolvimentistas, naturalizantes. No complexo cenário da contemporaneidade se impõe novamente a indagação e o debate sobre a infância e as crianças. Entende-se que a compreensão de Jean-Paul Sartre sobre a constituição da infância pode contribuir com esse debate a partir de alguns entendimentos: da infância como um acontecimento histórico, produto de uma complexa dialética do tecido social, diferenciada conforme tal tecido, o que leva à impossibilidade de falar de uma infância, mas de infâncias, rompendo com a noção de naturalização e universalização; de que as crianças forjam o seu ser a partir de um confronto de projetos posto pelo seu contexto familiar e sua red...