O ensino de língua materna na perspectiva da teoria histórico-cultural: reflexões sobre leitura e escrita

Resumo: Este artigo objetiva refletir sobre a leitura e a escrita no ensino da língua materna que considera a função social da escrita e a especificidade do trabalho escolar ao lidar com as questões da linguagem. Resulta da pesquisa intitulada “Implicações pedagógicas da teoria histórico-cultural para o desenvolvimento do processo de ensino e de aprendizagem da leitura e da escrita nas séries iniciais do ensino fundamental”, de cunho teórico, voltada ao estudo das relações teoria e prática presentes no trabalho pedagógico de sala de aula. Referenciada na teoria histórico-cultural e na teoria dialógica da linguagem, esta reflexão conclui que o processo de aprendizagem da língua resulta de uma relação dinâmica entre o conhecimento (conteúdo cultural, neste caso a língua escrita, como meio de interação entre as pessoas e de constituição do sujeito ativo em suas relações interpessoais), o professor (que orienta a relação do aprendiz com o objeto de conhecimento, por meio de enunciados de diferentes gêneros, que têm uma função social e se organizam linguisticamente conforme seu contexto de produção) e o aluno (ser ativo que aprende em suas relações sociais estabelecidas em sala de aula) e contribui para o desenvolvimento, no aluno, das capacidades que o tornam essencialmente humano