Análise e interpretação do erro ortográfico : um estudo com alunos do 4º ano de escolaridade

Tese de Mestrado em Ciências da Educação (Área de Especialização em Avaliação em Educação) apresentada à Universidade de Lisboa, através da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, 2005A presente investigação pretendeu analisar, descrever e tentar interpretar os erros ortográficos de alunos do 4° ano de escolaridade. Os participantes foram 58 alunos de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 9 e os 13 anos. Teve como principais objectivos: 1) avaliar e classificar o tipo de erros ortográficos dados por alunos do 4° ano de escolaridade; 2) verificar se há diferenças no desempenho ortográfico relacionadas com o sexo, a idade e o regime de frequência escolar (interno/semi-interno); 3) explicitar os erros ortográficos detectados, com base nas características de articulação dos fonemas, no estabelecimento da relação entre os sons da fala (fonemas) e os símbolos gráficos (grafemas) e nos constituintes da sílaba. Optou-se por uma abordagem de investigação qualitativa interpretativa. Para a verificação de eventuais erros ortográficos foi elaborada uma prova com 49 palavras que foram ditadas aos alunos. A selecção das palavras teve por base uma tipologia de erros ortográficos apresentada, de uma forma sistemática, por alunos seguidos em terapia da fala. Os erros ortográficos foram agrupados por categorias: 1) devidos a eventual deficiente discriminação auditiva; 2) devidos à não correspondência biunívoca entre fonemas e grafemas; 3) devidos à representação ortográfica de sílabas complexas; 4) devidos ao desconhecimento das sílabas tónica e átona; 5) devidos à omissão de "h". O estudo permitiu concluir que se verificam erros ortográficos em todas as categorias referidas. Contudo, a maior percentagem está relacionada com a omissão do (76 %). A seguir surgem os erros devidos ao desconhecimento das sílabas tónica e átona com 43%; os erros devidos à não correspondência biunívoca entre fonemas e grafemas com 35%; os erros devidos à representação ortográfica de sílabas complexas com 21% e, por fim, os erros devidos a eventual deficiente discriminação auditiva com 16%.This research aimed to analyze, to describe and to explain the spelling mistakes made by the year-four pupils. Participants were 58 children of both sexes, between 9 and 13 years old. They were assessed with an instrument developed by the researcher. The main purposes of the research were: 1) to appraise and to classify the spelling mistakes; 2) to elucidate the subjacent causes of the spelling mistakes, namely in the settlement of the relationship between the speech sounds (phonemes) and the graphical symbols (graphemes). A qualitative and interpretative approach has been chosen. It was elaborated a test with 49 words, which were dictated to the pupils to check eventual spelling mistakes. The words chosen were based on systematic spelling mistakes made by pupils involved in speech therapy. The test included five types of spelling mistakes: 1) due to an eventual auditory discrimination deficit; 2) due to a nonbiunivocal correspondence between phonemes and graphemes; 3) due to the orthographic representation of complex syllables; 4) due to the stressed and unstressed syllable ignorance; 5) due to the "h" omission. This study allowed us to verify spelling mistakes in all the types described above. However, most percentage is related to "h" omission (76%). The next ones are the spelling mistakes due to the stressed and unstressed syllable ignorance with 43%; the non biunivocal correspondence between phonemes and graphemes with 35%; the orthographic representation of complex syllables with 21%; an eventual auditory discrimination deficit with 16%