Novas perspetivas terapêuticas no combate ao melanoma

Trabalho Final de Mestrado Integrado, Ciências Farmacêuticas, Universidade de Lisboa, Faculdade de Farmácia, 2015O melanoma cutâneo é o tipo de cancro de pele mais agressivo e que apresenta maiores taxas de mortalidade, sendo responsável por aproximadamente 75% das mortes por cancro da pele. Quando o seu diagnóstico é precoce e a remoção adequada, o melanoma é potencialmente curável. No entanto, em estadios avançados, como o melanoma metastático, a mortalidade é elevada, em parte devido à falta de opções terapêuticas eficazes. Embora nas últimas décadas o conhecimento sobre a biologia das células cancerígenas tenha tido grandes progressos, os resultados terapêuticos não sofreram grandes alterações. Este facto deve-se não só às reações adversas, mas também às reduzidas concentrações de fármaco no microambiente tumoral e ao desenvolvimento de resistências. Até 2011, os únicos fármacos aprovados pela Food and Drug Administration (FDA), para o tratamento do melanoma metastático, eram doses elevadas de Interleucina-2 (IL-1) e a Dacarbazina, ambos com taxas de resposta entre 10-20%. Contudo, o reconhecimento de que o melanoma se trata de uma doença geneticamente heterogénea, permitiu que consideráveis avanços terapêuticos fossem feitos nos últimos 5 anos, com a aprovação de anticorpos bloqueadores de checkpoints imunológicos, como o Ipilimumab, e, simultaneamente, terapêuticas molecularmente dirigidas, como o Vemurafenib. Embora estas novas abordagens sejam promissoras continuam a apresentar limitações na prática clínica uma vez que as taxas de resposta são baixas e a sua duração é curta. Com o objetivo de ultrapassar estas limitações surgiram, recentemente, combinações terapêuticas associando fármacos com alvos terapêuticos distintos. Assim, esta revisão pretende abordar alguns dos fármacos atualmente disponíveis no tratamento do melanoma e os que se encontram em desenvolvimento para terapêuticas futuras