Modelos animais usados para a abordagem terapêutica do cancro da pele

Trabalho Final de Mestrado Integrado, Ciências Farmacêuticas, Universidade de Lisboa, Faculdade de Farmácia, 2015A utilização de modelos animais na experimentação biomédica é essencial, pois somente através dos mesmos se obtêm novos conceitos importantes acerca do organismo humano e sobre a eficácia e segurança de novos tratamentos, a fim de prolongar a vida humana com qualidade. O cancro da pele ou cancro cutâneo tem elevada prevalência, o que leva a uma acentuada morbilidade e mortalidade, que podem ser diminuídas através de um tratamento precoce. Aliás, esta neoplasia tem elevadas taxas de cura quando diagnosticada e tratada nas fases iniciais. A exposição à radiação ultravioleta, particularmente a exposição solar excessiva, é considerada a causa mais comum de cancro da pele (aproximadamente 90% dos casos). Existem vários tipos de cancro da pele e os números disponíveis nos Institutos de Oncologia permitem estimar a incidência em Portugal do melanoma (um dos cancros mais malignos) em 8/100.000 habitantes por ano, com cerca de 800 novos casos por ano, e dos carcinomas (basocelular e espinocelular) em 100/100.000 habitantes por ano, o que representa 10.000 novos casos por ano (3). É de referir que estes dados podem estar subestimados, dado que os Institutos de Oncologia não contabilizam todos os dados a nível nacional. Dado estes valores alarmantes, desde há alguns anos ocorreu uma expansão na variedade e disponibilidade de modelos animais utilizados não só para compreender melhor a patogénese, progressão e biologia molecular da patologia, como para auxiliar na descoberta de novas opções terapêuticas farmacológicas e não farmacológicas. Como a variedade é extensa, a seleção do modelo animal mais adequado é feita para cada tipo de cancro da pele, consoante as suas características particulares, nomeadamente as suas vias de sinalização. Posto isto, na presente revisão de literatura, será discutida a importância da utilização de modelos animais e quais têm contribuído para os conhecimentos adquiridos no contexto do melanoma, carcinoma basocelular e espinocelular