Estratégias para a Prevenção da Formação de Biofilmes em Cateteres

Trabalho Final de Mestrado Integrado, Ciências Farmacêuticas, Universidade de Lisboa, Faculdade de Farmácia, 2014Os cateteres são dos dispositivos implantáveis mais usados, contudo, são altamente suscetíveis a contaminação microbiana, pois os microorganismos têm uma tendência natural para se ligarem a superfícies húmidas e formarem biofilmes. O presente trabalho tem como objetivo compilar estratégias atualmente usadas, ou em desenvolvimento, que permitam a prevenção eficaz da formação de biofilmes em cateteres. O primeiro passo para a patogénese de uma infeção é a adesão bacteriana, por isso foram desenvolvidos biomateriais que impeçam essa adesão, recorrendo a meios físicos, como alterações topográficas; ou métodos químicos, como revestimentos de heparina, que formam uma camada altamente hidratada entre a bactéria e a superfície dificultando a adesão. Além dos revestimentos que impedem adesão existem outros que causam a morte celular, como é o caso dos antibióticos e antiséticos, contudo é necessário garantir a libertação controlada e prolongada, mantendo as concentrações bactericidas. Outra estratégia desenvolvida inclui modificações de superfície, como a polimerização, que implica a alteração química da superfície recorrendo a várias moléculas, como compostos de amónio quaternário, que provocam a disrupção da bicamada lipídica. Estas diferentes abordagens podem ser melhoradas com recurso a nanopartículas, e podem ser utilizadas para alterar a rugosidade da superfície ou para aumentar a ação bactericida da prata. Uma das desvantagens das abordagens anteriores é a falta de seletividade para as células bacterianas, e portanto toxicidade para os tecidos do hospedeiro. Por essa razão foram criadas algumas moléculas biológicas que vão atuar diretamente na formação do biofilme, inibindo, por exemplo a formação da matriz do mesmo. Existem também compostos fotossensibilizadores que são excitados por determinado comprimento de onda de luz levando à produção de radicais que em última linha vão provocar dano ou morte celular. Quanto a perspetivas futuras, algumas das novas estratégias em estudo passarão por moléculas naturais, constituintes de plantas ou outras bactérias, e pelo aperfeiçoamento das técnicas já existentes