Caridade e assistência aos enfermos, parturientes e crianças pobres nos Sertões da Bahia (1920-1950)

O presente artigo visa discutir e problematizar o atendimento prestado aos enfermos, parturientes e crianças pobres pela filantropia e pelo Estado em Vitória da Conquista, interior baiano, entre as décadas de 1920 e 1950. Inicia-se com a epidemia de peste bubônica na década de 1920, que provou a pouca ou quase nenhuma estrutura médico-hospitalar e a partir da década de 1930, com o funcionamento do primeiro hospital filantrópico ligado à Irmandade da Santa Casa de Misericórdia, começou uma assistência mais sistemática aos enfermos pobres e/ou indigentes. Evidenciou-se a criação de outros espaços no interior do hospital para o atendimento às mulheres pobres, como a Maternidade Régis Pacheco (1952). Outro espaço de assistência público-privado foi o Orfanato Santa Catarina de Sena, criado em 1957 pelas Irmãs dos Pobres de Santa Catarina de Sena, que passaram a acolher recém-nascidos abandonados pelas parturientes na Maternidade. Conclui-se que as instituições existentes durante as décadas de 1930 a 1950 possuíam um forte caráter caritativo-religioso e pequena presença do poder público estatal. Abstract: This paper aims to discuss and problematize the care provided to patients, pregnant women and poor children through philanthropy and by the state in Vitoria da Conquista, Bahia, between the 1920s and 1950s. The narrative begins with the outbreak of bubonic plague in the 1920s, which revealed the lack of medical facilities and care. In the 1930s, the construction of the first philanthropic hospital connected to the Irmandade da Santa Casa de Misericordia initiated more systematic service to the sick and indigent. The need to create other areas inside the hospital to care for poor women, such as the Regis Pacheco Maternity Ward (1952) became evident. Another area of public-private assistance was the Santa Catarina de Sena Orphanage created in 1957 by the Sisters of the Poor of Santa Catarina de Sena, who began to receive newborn babies abandoned by mothers in maternity wards. Research shows that the institutions existing from 1930s to 1950s had a strong charitable-religious character and little state presence