Medical students’ prescribing pattern : results from a case-scenario questionnaire

Trabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2015Introdução: À medida que os estudantes progridem no ensino médico, é esperado que o seu padrão de prescrição evolua. Este estudo teve como objetivo avaliar a influência de três anos consecutivos de ensino de Farmacologia Clínica na modulação da vontade de prescrever dos estudantes em diferentes casos-cenários. Métodos: Foi desenhado um questionário de dez itens sobre Prescrição Racional e distribuído a uma população de estudantes de medicina do terceiro ao quinto ano da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. O questionário encontrava-se dividido em três seções: a primeira, constituída por cinco questões, relativas à vontade de prescrever um medicamento, dependendo de um conjunto de parâmetros estatísticos obtidos a partir de resultados de ensaios clínicos; a segunda, constituída por duas questões que avaliavam a vontade de prescrever medicamentos genéricos; e a terceira, composta por três questões relativas à prescrição homeopática. Em cada questão, era pedido aos estudantes que, atendendo ao caso-cenário e à questão apresentados, estimassem a sua vontade de prescrever numa escala de 0 a 10. Resultados: Foram incluídos no estudo 433 estudantes: 268 do terceiro ano, 106 do quarto ano e 59 do quinto. A vontade de prescrever dos estudantes variou de acordo com o método usado para relatar os resultados dos ensaios clínicos. Entre os estudantes do terceiro ou quarto ano e os estudantes de quinto ano verificou-se um aumento significativo na vontade de prescrever o fármaco cujos resultados foram apresentados na forma de redução do risco relativo. Os estudantes do terceiro e quarto ano, de entre todas as opções, preferiram prescrever o fármaco cujos resultados foram apresentados na forma de redução de risco relativo. Pelo contrário, todos os estudantes revelaram menor vontade de prescrever o fármaco cujos resultados foram apresentados na forma combinada de redução de eventos e mortalidade. No que diz respeito à prescrição de genéricos, verificou-se uma elevada vontade de prescrever este tipo de fármacos, com os estudantes a demonstrarem preferência pela sua prescrição desde o início do tratamento. A vontade de prescrever homeopatia foi generalizadamente bastante baixa. Entre os estudantes do terceiro ou quarto ano e os estudantes do quinto ano verificou-se uma diminuição significativa na vontade de prescrever homeopatia em substituição do fármaco convencional ou de a prescrever concomitantemente. Os estudantes do terceiro e quarto ano, em comparação com as outras duas opções, revelaram maior vontade de prescrever homeopatia concomitantemente com um medicamento convencional e eficaz. Conclusão: Conclui-se que em termos de interpretação crítica dos resultados de ensaios clínicos, o curso de farmacologia clínica não foi suficiente para modelar corretamente o padrão de prescrição dos estudantes. Os estudantes apresentaram, desde o primeiro ano do curso, um razoável padrão de prescrição de medicamentos genéricos. À medida que avançam no curso de farmacologia clínica, os estudantes tendem a revelar menor vontade de prescrever medicamentos homeopáticos.Introduction: During medical school, it is expected that the students’ prescription pattern will evolve. This study aimed to assess how three consecutive years of Clinical Pharmacology classes affect students’ willingness to prescribe in different case-scenarios. Methods: We designed a ten-item questionnaire on Rational Prescription divided into three sections: the first, composed of five questions, assessed how willing students were to prescribe a drug, depending on a set of statistical parameters from clinical trial results; the second was comprised of two questions that evaluated their willingness to prescribe generic drugs; and the final three-question section concerned homeopathy. We applied the questionnaire to a population of medical students in their third, fourth and fifth years at the Faculty of Medicine of the University of Lisbon and asked them to estimate how willing they would be to prescribe in a scale from 0 to 10. Results: A total of 433 students were included in the study: 268 students in the third year, 106 students in the fourth year and 59 students in the fifth. The students’ willingness to prescribe varied according to the method used to report the trial. Between third or fourth and fifth year, there was a significant higher tendency for prescribing the drug whose data were presented as relative risk. Third and fifth year students’, in comparison with the other options, preferred to prescribe the drug whose results were reported in terms of relative risk reduction. On the contrary, all the students less preferred to prescribe the drug whose data were presented in terms of event reduction and mortality. Concerning generic prescription, we verified a generally high rate of generic drug acceptance and the preference for students to begin using the generic drug from the beginning of the treatment. The global willingness to prescribe homeopathic drugs was very low. Between third or fourth and fifth year, there was a significant lower tendency for prescribing homeopathy for replacing the conventional and effective drug or for prescribing homeopathy concomitantly. Students from the third and fourth years, in comparison with the other two options, were more likely to admit the possibility of prescribing homeopathy concomitantly with a conventional and effective drug. Conclusion: Our findings indicate that, in terms of critical interpretation of clinical trials results, the clinical pharmacology course was not enough to correctly modulate the students’ prescription pattern. Students presented a reasonable prescription pattern in terms of generic drugs since the first year of the clinical pharmacology course. Medical students tend to be less willing to prescribe homeopathy as they advance in the clinical pharmacology course