O artigo parte da consideração de uma espécie de dialéctica, inerente à modernidade, no que respeita à relação com o sagrado, que acabou por implicar deslocações deste para âmbitos considerados «profanos». A modernidade tardia e o denominado regresso do religioso apenas vieram revelar melhor essa dialéctica. Daí resulta uma possível leitura da secularização moderna como sacralização do «secular», enquanto âmbito de um novo absoluto. Em contrapartida, a tradição teológica da secularização pode ser entendida como crítica relativização do secular, em permanente processo de «desdivinização», ao que parece corresponder, como contrapartida estranha, um modo de neo-sacralização com base no religioso não teológico – numa religião sem Deus. É neste ...