Deus, história, cosmos

A partir do tema recorrente em muitos dos novos movimentos religiosos – a figura de Jesus e a sua relação com o cosmos – procura-se reflectir sobre o Cristo cósmico. Quem é o Cristo cósmico? Será diferente do Cristo da Incarnação? Virá substituir o presépio de Belém, a cruz do Gólgota e o túmulo vazio? Jesus Cristo, Deus feito homem ou Deus feito cosmos? O que fazer com um Cristo cósmico? Será Ele o Cristo da era da “religião da saída da religião” (Marcel Gauchet), ou o Cristo da “dessecularização” (Peter Berger)? Uma nova incarnação de Deus? Um novo paradigma? Um desejo cósmico do ser humano? O presente estudo visa reequacionar este questionamento à luz da apresentação e análise crítica de dois estudos, não convergentes, sobre o Cristo cósmico, desenvolvidos por dois pensadores, que marcaram a segunda metade do século XX – o jesuíta francês Teilhard de Chardin e o dominicano americano Matthew Fox.Taking as a starting point the recurrent theme in many of the new religous movements – the figure of Jesus and this relation to the cosmos – this article seeks to reflect on the cosmic Christ. Who is the cosmic Christ? Is he different from the Christ of the Incarnation? Will he substitute the crib of Bethlehem, the cross of Golgotha and the empty tomb? Jesus Christ, God made man or God made cosmos? What is to be done with the cosmic Christ? Is he the Christ of the age of the “religion of the exit from religion” (Marcel Gauchet), or the Christ of “desecularisation” (Peter Berger)? A new incarnation of God? A new paradigm? A cosmic desire of a human being? The present text seeks to re-examine this line of questioning in the light of a presentation and critical analysis of two non-converging studies on the cosmic Christ, produced by two thinkers who marked the second half of the 20th century – the French Jesuit Teilhard de Chardin and the American Dominican Matthew Fox