The link between childhood experiences, mental health and substance abuse : comparative study between an offenders' sample and the general population

Dissertação para obtenção do grau de Mestre no Instituto Universitário Egas MonizBackground: Individuals with a history of adverse childhood experiences (ACEs) are likely to have a history of substance abuse (SA) and mental health issues and are more prone to engage in criminal behaviors. Nevertheless, despite the presence of child maltreatment, benevolent childhood experiences (BCEs) can act as a protective factor. The primary objectives of this thesis are a) to verify the relationship between adverse childhood experiences and mental health in offenders; b) to analyze the relationship between positive and adverse childhood experiences and substance use in adulthood; and c) to compare a sample of the general population and a sample of prisoners concerning the variables under study. Methods: A systematic search was conducted across five databases to identify pertinent published studies, comprising 12 studies with a sample of 29,244 participants. The second article mustered a community sample that included 134 adults between 18 and 61 years old (M = 30.07, SD = 11.65), and the offenders’ sample included 135 adults between 22 and 68 years old (M = 39.19, SD = 9.78). Results: The first study's findings indicate that individuals who encountered four or more adverse childhood experiences (ACEs) faced heightened risks of being diagnosed with mental illnesses throughout their lifetime, potentially leading to involvement in criminal activities. Neglect, verbal and physical abuse, and having a family member in incarceration were more likely to be reported by men, and women tended to report higher rates of sexual abuse and mental illness within the household. Both men and women reported similar rates of domestic violence, parental separation or divorce, emotional abuse, and substance use in the home. The second study, there is a negative correlation between substance use (SU) and illicit substance use (ISU), and multiple ACEs. However, there is a positive correlation between SU and ISU and having an incarcerated family member, as well as between BCEs and having an incarcerated family member. BCEs show a negative correlation with forms of ACEs but a positive correlation with family substance abuse. Additionally, various forms of ACEs exhibit a positive correlation with each other. Conclusion: The results enhance the significant presence of childhood adversity among individuals exhibiting deviant behavior in adulthood. It emphasizes the importance of rehabilitation and preventive programs targeting parents to create a nurturing environment. It suggests the need to investigate further the BCEs’ role in the connection between ACEs and substance abuse.Enquadramento: Os indivíduos com um historial de experiências adversas na infância são suscetíveis de ter um historial de abuso de substâncias e de problemas de saúde mental e são mais propensos a envolver-se em comportamentos criminosos. No entanto, apesar da presença de maus-tratos na infância, as experiências benevolentes na infância (BCEs) têm o potencial de atuar como um fator de proteção. Objetivos: Verificar a relação entre experiências adversas na infância e saúde mental em ofensores; analisar a relação entre as experiências positivas e adversas de infância e o consumo de substâncias na vida adulta; e comparar uma amostra da população normativa e uma amostra de reclusos em relação às variáveis em estudo. Método: Foi efetuada uma pesquisa sistemática em cinco bases de dados para identificar estudos pertinentes publicados sobre a temática, incluindo um total de 12 estudos com uma amostra de um total de 29.244 participantes. O segundo artigo reuniu uma amostra da comunidade que incluiu 134 adultos (45 homens e 89 mulheres) com idades compreendidas entre os 18 e os 61 anos (M = 30,07, DP = 11,65) e a amostra dos ofensores incluiu 135 adultos (121 homens e 14 mulheres) com idades compreendidas entre os 22 e os 68 anos (M = 39,19, DP = 9,78). Resultados: O primeiro estudo revela que indivíduos que vivenciaram quatro ou mais experiências adversas na infância (ACEs) têm maior risco de serem diagnosticados com doenças mentais ao longo da vida e apresentam maior propensão para tentativas de suicídio, podendo levar ao envolvimento em atividades criminosas. A negligência, o abuso verbal e físico e ter um membro da família encarcerado são experiências mais relatadas por homens. As mulheres tendiam a relatar taxas mais elevadas de abuso sexual e doença mental dentro do agregado familiar. Tanto homens como mulheres relataram taxas semelhantes de violência doméstica, separação ou divórcio dos pais, abuso emocional e uso de substâncias no lar. No segundo estudo, o abuso de substâncias (SU) e o abuso de substâncias ilícitas (ISU) estão negativamente correlacionados com múltiplas ACEs. No entanto, existe uma correlação positiva entre a SU e a ISU e o facto de ter um familiar encarcerado, bem como entre as BCEs e o facto de ter um familiar encarcerado. As BCEs apresentam uma correlação negativa com várias formas de ACEs, mas uma correlação positiva com o abuso de substâncias na família. Além disso, as várias formas de ACEs apresentam uma correlação positiva entre si. Conclusão: Os resultados reforçam a presença significativa de adversidades na infância entre os indivíduos que apresentam comportamentos desviantes na idade adulta. Sublinha a importância de programas de reabilitação e de prevenção dirigidos aos pais para criar um ambiente estimulante. Sugere a necessidade de investigar mais profundamente o papel dos BCEs na ligação entre as ACEs e o abuso de substâncias