Avaliação do estigma em pessoas Toxicodependentes - Implicações na sua autoestima e perceção de suporte social

O estigma é um fenómeno caraterizado por uma pessoa ser rejeitada por deter uma certa característica que é bastante depreciada pela sociedade e que abrange um vasto número de pessoas. A população toxicodependente, em particular, tem sido alvo de poucos estudos, pelo que a investigação é escassa sobre como o estigma associado ao consumo de substâncias pode ter impacto negativo na sua saúde física e mental. Esta investigação tem como objetivo avaliar os mecanismos de estigmatização percecionados pela comunidade toxicodependente e compreender de que forma as variáveis autoestima e suporte social podem influenciar o quotidiano dos toxicodependentes que são alvo de estigma. Para o presente estudo participaram 74 pessoas adultas e utentes do Centro de Respostas Integradas do Alentejo Central (40 pertencentes ao género feminino e 34 ao género masculino), sendo que a média de idades foi de 32.96 anos (DP=9.73), que responderam aos seguintes instrumentos: Questionário Sociodemográfico, Escala de Discriminação Quotidiana, Escala de Satisfação com o Suporte Social e Escala de Auto-Apreciação Pessoal. Como resultados obtidos, verificou-se uma diferença estatisticamente significativa entre o género e a necessidade de mais apoio psicológico; uma diferença estatisticamente significativa entre a autoapreciação pessoal e a necessidade de mais apoio psicológico; uma correlação fraca significativa entre o tratamento injusto e a intimidade; a ANCOVA reportou somente um efeito estatisticamente significativo da necessidade de mais apoio psicológico no score da escala da discriminação quotidiana e a MANCOVA reportou um efeito significativo da necessidade de mais apoio psicológico no score do tratamento injusto. Assim, pretende-se que os resultados deste estudo permitam alertar para as consequências de atitudes estigmatizantes na saúde mental dos toxicodependentes, nomeadamente ao nível da baixa autoestima e baixo suporte social. O toxicodependente poderá sofrer de estigma e isso afeta muitos domínios da sua vida em geral, tornando-se relevante a necessidade de receber mais apoio psicológico.Stigma is a phenomenon that is characterized by a person being rejected for having a certain characteristic that is highly depreciated by society and that covers a vast number of people. The drug addict population, in particular, has been the subject of few studies, so there is little research into how the stigma associated with substance use can have a negative impact on their physical and mental health. This research aims to evaluate the mechanisms of stigmatization perceived by drug addicts and understand how the variables self-esteem and social support can influence the daily lives of drug addicts who are the target of stigma. 74 adults and users of the Integrated Response Center of Central Alentejo participated (40 were female and 34 were male), the average age was 32.96 years (SD=9.73), who responded to the following instruments: Sociodemographic Questionnaire, Everyday Discrimination Scale, Satisfaction with Social Support Scale and Personal Self-Appreciation Scale. The following results were obtained: there was a statistically significant difference between gender and the need for more psychological support; a statistically significant difference was found between personal self-appreciation and the need for more psychological support; a significant weak correlation was found between unfair treatment and intimacy; the ANCOVA only reported a statistically significant effect of the need for more psychological support on the everyday discrimination scale score and the MANCOVA reported a significant effect of the need for more psychological support on the unfair treatment score. In conclusion, the results of this study are intended to raise awareness of the consequences of stigmatizing attitudes on the mental health of drug addicts, particularly in terms of low self-esteem and low social support. Drug addicts may suffer from stigma and this affects many areas of their life in general, making the need to receive more psychological support relevant