Oficinas-experiência numa formação de professores: da solução de um problema a problematização de si mesma

Sob o título “Matemática e arte para a sala de aula”, propusemos uma formação com o objetivo de relacionar matemática e arte por meio de imagens de pinturas. A formação, pensada sob a forma de oficinas e voltada para professores que ensinam matemática, atendia dois objetivos: 1) movimentar visualidades docentes; 2) criar condições para que os professores pudessem pensar outras possibilidades para ensinar matemática nas salas de aula. Com tais oficinas, e a luz da perspectiva cartográfica, produzimos dados que foram objeto de análise para uma pesquisa. No processo de análise deu-se voz aos estranhamentos, angústias e questionamentos que colocaram em suspensão um modo de pensar a formação, abalando certezas, destruindo uma rota e provocando um desvio de percurso. Nesse emaranhado de sentimentos e no encontro com uma encruzilhada, uma formação pensada inicialmente como espaço de mediação sofreu abalos, deslocamentos, inventou problemas e possibilitou problematizar (e nos problematizar) práticas instituídas e hegemônicas acerca da formação de professores. Assim, de espaço de solução de problemas, as oficinas tornaram-se então, para fins de análise, espaço de problematização de si mesma, espaço de produção de sentidos: oficinas-experiência.Under the title "Mathematics and arts in the classroom", we proposed a teacher training course that teaches how to connect mathematics to art through paintings. The teacher training course, organized as workshops and proposed for math teachers, met two goals: 1) to make use of teaching visuals; 2) to create conditions so that teachers could come up with different ways of teaching math in the classroom. With such workshops, and in light of the cartographic perspective, we produced data that were analyzed for a research project. In the analysis, there was space for strangeness, anxiety and questions which held in suspension a way of thinking about training. This shook certainties and destroyed a route, which provoked a course deviation. In this entanglement of feelings and by reaching a crossroads, a training course, initially thought out as a space for mediation, it underwent shockwaves and displacements. It invented problems and made possible the problematizing (and self problematizing) of instituted and hegemonic practices about teacher training. Thus, from space for problem solving, the workshops became, then, for analysis purposes, a space for problematization of the training itself, a space of production of meanings: experience-workshops