O envelhecimento e a velhice para participantes de um grupo reflexivo: um estudo de representações sociais

O envelhecimento populacional é um fenômeno cada vez mais intenso em todo o mundo. A transição dos papéis sociais, somada às transformações no corpo que envelhece, por vezes podem ser vividos com dificuldade. Em nosso país, a velhice é comumente associada a características negativas, como adoecimento e inatividade, o que contribui para a exclusão social das pessoas idosas, ainda que essa população cresça a cada ano. Considerando o envelhecimento como uma experiência subjetiva, pretende-se investigar representações sociais de envelhecimento e velhice para participantes de um grupo reflexivo ofertado pelo LACCOS/UFSC e identificar as relações destas representações com a vivência do processo de envelhecer para essas pessoas. Foram entrevistadas 18 pessoas com idade entre 50 e 80 anos, em sua grande maioria mulheres e com alto nível de escolaridade e de renda familiar. A análise de Classificação Hierárquica Descendente foi realizada através do software Iramuteq, que dividiu o corpus em quatro classes: “relações interpessoais”, “mudanças físicas”, “preconceito” e “trabalho e condições de vida”. As representações sociais compartilhadas pelos entrevistados sobre o envelhecimento refletem uma atitude mais positiva em contraste com as representações negativas comumente encontradas em estudos do passado. O preconceito contra idosos ainda é evidente em várias esferas sociais, e as condições de vida, valorização do conhecimento e dinâmicas das relações interpessoais são citadas como fatores determinantes na qualidade de vida dos idosos, influenciados por aspectos econômicos e sociais. Nesse contexto, é compreendido que a promoção da autonomia da pessoa idosa e o estímulo à sua participação ativa na sociedade, bem como o fortalecimento das redes de apoio, são elementos essenciais para fomentar um processo de envelhecimento saudável e com elevada qualidade de vida