Retratos de uma luta : anticolonialismo e internacionalismo em Guiné-Bissau

Orientador: Prof. Dr. Lorenzo Gustavo MacagnoDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Antropologia e Arqueologia. Defesa : Curitiba, 08/08/2023Inclui referênciasResumo: Este trabalho tem como objetivo retratar a memória da luta armada pela independência da Guiné-Bissau entre o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde - PAIGC e o regime colonial português, ocorridos entre 1963-1974. Como fonte primária, a pesquisa foi feita na base de cartas, correspondências, relatórios, notícias dos jornais, conferências, e panfletos, e imagens durante o processo de luta, materiais disponíveis no banco de dados da Fundação Mário Soares e Maria Barroso, que dispôs de várias informações do colonialismo português e dos territórios ocupados por este país europeu, assim como informações de países e organismos internacionais sobre o processo colonial português, complementados por fontes secundárias como teses, dissertações, artigos, monografia e documentários. Depois da Segunda Guerra Mundial, houve uma reconfiguração de poder no mundo, a maioria das potências coloniais começaram a deixar os territórios colonizados, ou seja, o colonialismo clássico estava em declínio e os povos colonizados se lançavam numa derradeira luta pela autodeterminação. Assim, um dos marcos importantes das lutas pelas independências se deu durante a Conferência de Bandung, onde países afro-asiáticos independentes se reuniram para traçar estratégias conjuntas face a bicefalia da liderança mundial conhecido como guerra fria que opôs dois blocos (capitalismo e comunismo), e para ajudar outros povos afro-asiático a se libertarem das amarras coloniais. Portugal foi dentre as potências coloniais aquele que mais resistiu a esse advento de mudanças na conjuntura mundial e enfrentou guerras coloniais nos três dos cinco territórios que ocupou em África: Guiné-Bissau, Angola e Moçambique.Abstract: This work aims to discuss the portrait of the memory of the armed struggle for the independence of Guinea-Bissau between the African Party for the Independence of Guinea and Cape Verde - PAIGC and the colonial regime Portuguese, which occurred between 1963-1974. As a primary source, the research was made on the basis of letters, correspondence, reports, newspaper news, conferences, and pamphlets, and images during the process of struggle, materials available in the database of the Mário Soares and Maria Barroso Foundation, which had various information on Portuguese colonialism and the territories occupied by this European country, as well as information from countries and international organizations on the colonial process Portuguese, complemented by secondary sources such as theses, dissertations, articles, monographs and documentaries. After the Second World War, there was a reconfiguration of power in the world, most of the colonial powers began to leave the colonized territories, that is, classical colonialism was in decline and the colonized peoples launched themselves into a final struggle for self-determination. Thus, one of the important milestones of the struggles for independence took place during the Bandung Conference, where independent Afro-Asian countries met to draw up joint strategies in the face of the bicephaly of world leadership known as the cold war that opposed two blocs (capitalism and communism), and to help other Afro-Asian peoples to free themselves from colonial bonds. Portugal was among the colonial powers the one that most resisted this advent of changes in the world conjuncture and faced colonial wars in three of the five territories it occupied in Africa: Guinea-Bissau, Angola and Mozambique