Estimating the greenhouse gas balance on a dairy farm with integrated vegetable production: using the GHG Protocol Agriculture and Forestry tools and the Cool Farm Tool

O Brasil ocupa um papel de destaque no setor agropecuário a nível mundial. Este setor participa de forma significativa nas emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE), especialmente dióxido de carbono (CO2), óxido nitroso (N2O) e metano (CH4). Preocupações acerca do aquecimento global impulsionam a busca por ferramentas e estratégias que visam reduzir a produção de GEE. Apesar de sua importância, poucos trabalhos mensuram o fluxo de emissão destes gases pela pecuária de leite. Objetivou-se, com este estudo, estimar o balanço de emissões e sequestros de GEE em uma fazenda leiteira integrada com a produção vegetal, a partir das ferramentas Greenhouse Gas Protocol (GHG) e Cool Farm Tool (CFT). A fazenda está localizada em Guaranésia, Minas Gerais Brasil, possui ao todo 171 hectares (ha). Os dados referiam-se ao período de um ano, de janeiro a dezembro de 2021, e foram levantados por meio de formulários. Analisou-se as seguintes atividades: i) área de produção de milho (45 ha); ii) área silvipastoril (3 ha) com espécies arbóreas madeireiras e frutíferas, leguminosas e gramínea; (iii) Área de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal (45 ha) formada em 2008; iv) área de Eucalipto (5 ha) plantada em 2010; e v) área de pastagem (16 ha). O plantel da propriedade é da raça Girolando e Jersey, totalizando 125 animais, entre lactantes, vazias, novilhas e bezerras. A produção média de leite é de 800 Litros/dia. Os resultados foram fornecidos por inventário, sendo uma fonte de informação quantitativa e qualitativa sobre as emissões e sequestros de GEE do sistema analisado. Ao considerar o período de um ano, tem-se por resultado o balanço de emissões líquidas, de acordo com GHG Protocol, para a área de pastagem e pecuária, o valor de 767,86 toneladas de CO2-eq.; a área de milho apresentou a importância de 173,62 toneladas de CO2-eq; a área de eucalipto apresentou -133,86 toneladas de CO2-eq.; a área silvipastoril e as áreas de APP e reserva legal apresentaram o valor de -18,53 e -841,32 toneladas de CO2-eq., respectivamente. O balanço final da propriedade resultou em -52,23 toneladas de CO2-eq. Já na ferramenta CFT, considerando o período de um ano, as emissões líquidas da área de pastagem e pecuária foram de 432,74 toneladas de CO2-eq.; a área de milho apresentou em emissões líquidas de 108,12 toneladas de CO2-eq e a área de solos alcançaram emissões líquidas totais de -826,74 toneladas de CO2-eq. O balanço final de emissões da fazenda foi de -285,26 toneladas de CO2-eq. Apesar de apresentar o valor considerável de emissões líquidas, a CFT não avalia reserva legal, APP e área de eucalipto, bem como seus fatores de emissões não seguem a realidade brasileira. Os componentes arbóreos apresentam um grande potencial em sequestrar carbono acima e/ou abaixo do solo, sendo importante sua análise dentro da propriedade. A ferramenta GHG Protocol apresenta-se como a alternativa mais recomendada para a mensuração de gases na produção brasileira por apresentar fatores de emissões locais e analisar os ativos florestais, o que trazem maior confiabilidade do papel dos produtores, empresas das cadeias do agronegócio no aquecimento global.Brazil plays a leading role in the agricultural sector worldwide. This sector plays a significant role in greenhouse gas (GHG) emissions, especially carbon dioxide (CO2), nitrous oxide (N2O) and methane (CH4). Concerns about global warming are driving the search for tools and strategies to reduce GHG production. Despite their importance, few studies measure the flow of emissions of these gases from dairy farming. The aim of this study was to estimate the balance of GHG emissions and sequestration on a dairy farm integrated with crop production, using the Greenhouse Gas Protocol (GHG) and Cool Farm Tool (CFT). The farm is located in Guaranésia, Minas Gerais - Brazil, and covers a total of 171 hectares (ha). The data referred to a period of one year, from January to December 2021, and was collected using forms. The following activities were analyzed: i) corn production area (45 ha); ii) silvopastoral area (3 ha) with timber and fruit tree species, legumes and grass; (iii) Permanent Preservation Area (APP) and Legal Reserve (45 ha) formed in 2008; iv) Eucalyptus area (5 ha) planted in 2010; and v) pasture area (16 ha). The property’s herd is of the Girolando and Jersey breeds, totaling 125 animals, including lactating calves, empty calves, heifers and heifers. Average milk production is 800 liters/day. The results were provided by inventory, which is a source of quantitative and qualitative information on the GHG emissions and sequestration of the system analyzed. When considering the period of one year, the net emissions balance, according to the GHG Protocol, for the pasture and livestock area was 767.86 tons of CO2-eq; the corn area was 173.62 tons of CO2-eq; the eucalyptus area was -133.86 tons of CO2-eq; the agroforestry area and the APP and legal reserve areas were -18.53 and -841.32 tons of CO2-eq, respectively. The final balance of the property resulted in -52.23 tons of CO2-eq. In the CFT tool, considering the period of one year, the net emissions from the pasture and livestock area were 432.74 tons of CO2-eq; the corn area had net emissions of 108.12 tons of CO2-eq and the soil area reached total net emissions of -826.74 tons of CO2-eq. The final balance of emissions from the farm was -285.26 tons of CO2-eq. Despite the considerable amount of net emissions, the CFT does not evaluate legal reserves, APP and eucalyptus areas, and its emission factors do not follow the Brazilian reality. Tree components have great potential for sequestering carbon above and/or below ground, making it important to analyze them within the property. The GHG Protocol tool is the most recommended alternative for measuring gases in Brazilian production because it presents local emission factors and analyzes forest assets, which makes the role of producers and companies in agribusiness chains in global warming more reliable