Tenossinovite inflamatória num cavalo de desporto : relatório de caso

Dissertação de Mestrado Integrado em Medicina Veterinária, área científica de ClínicaA bainha do tendão flexor digital é uma estrutura sinovial na face palmar/plantar do membro, que contém os tendões flexores digitais, a manica flexoria e três ligamentos anulares no seu interior. Lesões do tendão flexor digital profundo nos membros anteriores de cavalos de Salto de Obstáculos e da manica flexoria nos membros posteriores de póneis e cavalos Cob Irlandês são as causas mais comuns de tenossinovites inflamatórias desta bainha. O paciente deste caso é um cavalo de Ensino, raça Puro Sangue Lusitano, que apresentava claudicação de aparecimento súbito, edema da bainha, dor à palpação proximalmente ao boleto e na quartela, e dor à flexão do boleto no membro anterior direito. Nas ecografias, foi possível visualizar efusão, lesão extensa do tendão flexor digital profundo, espessamento do ligamento anular palmar e rotura da manica flexoria. Após falência do tratamento conservador, o animal foi submetido a cirurgia endoscópica num hospital de referência e, posteriormente, internado num centro de reabilitação física equina durante 15 semanas. O cavalo fez uma recuperação total, não tendo tido recidivas até um ano e seis meses após a alta. Esta tenossinovite é pouco frequente em cavalos de Ensino e, neste caso, poderá estar relacionada com alguns comportamentos exibidos pelo paciente. O processo de diagnóstico pode ser complementado com outras técnicas, mas a ecografia é o primeiro passo a tomar perante suspeitas de tenossinovite. Se não ocorrer resolução com tratamento médico, a cirurgia é obrigatória, seguida por um programa de fisioterapia. Nas tenossinovites agudas e simples o prognóstico é geralmente bom, enquanto que nas mais complexas ou com envolvimento do tendão flexor digital profundo, o prognóstico é mais reservadoABSTRACT - NONSEPTIC TENOSYNOVITIS IN A SPORT HORSE: CASE REPORT - The digital flexor tendon sheath is a synovial structure located in the palmar/plantar aspect of the distal limb that contains within the digital flexor tendons, manica flexoria and three annular ligaments. The most usual causes of nonseptic tenosynovitis are injury to the deep digital flexor tendon, in the forelimbs of Showjumping horses, and injury to the manica flexoria, in the hindlimbs of ponies and cobs. This case’s patient is a Lusitano Dressage horse, presenting sudden onset lameness, sheath swelling, pain on palpation just proximal to the fetlock and on the pastern, and pain on fetlock’s flexion in the right forelimb. During ultrasonographic examination, it was possible to see effusion, extensive damage to the deep digital flexor tendon, palmar annular ligament thickening and manica flexoria tear. After medical treatment failure, the animal underwent surgery in a referral hospital and, afterwards, admitted to a physical rehabilitation centre, where he stayed for 15 weeks. This horse made a full recovery, with no relapses up until one year and six months after discharge. This tenosynovitis isn’t very common in Dressage horses and, in this particular case, it could be related to some of the horse’s displayed behaviours. The diagnostic process can include additional techniques, but ultrasound examination is the first step to take in the event of a suspected tenosynovitis. If the symptoms do not resolve after medical treatment, surgery is mandatory, followed by physical rehabilitation. In acute uncomplicated tenosynovitis prognosis is usually good, whereas in more complex ones, or with lesions of the deep digital flexor tendon, prognosis is more guardedN/