Desejosos de escaparem ao ambiente opressivo da Graeca urbs, que domina a parte inicial do Satyricon de Petrónio, os jovens Encólpio e Gíton decidem aceitar o convite de Eumolpo para embarcar num navio que se preparava para zarpar, sendo apenas a bordo que compreenderam que a navio pertencia a Licas, pessoa de quem andavam precisamente a fugir. Desta forma, o microcosmos de laços e relações que se organiza à volta desta personagem e do seu poder em alto mar faz com que o barco de Licas funcione como um universo autocrático, com regras e lógicas próprias, as quais se verão revertidas pela experiência do naufrágio, que causará a morte ao poderoso Licas e abrirá — ao velho poeta Eumolpo e em especial aos jovens aventureiros que o acompanham — ...