O objectivo deste ensaio é analisar algumas personagens que de várias maneiras descendem temática e simbolicamente de Caim, assim como dois tópicos intimamente relacionados com essas figuras: a imortalidade e o Duplo. Nessa linhagem de descendentes de Caim situam-se os protagonistas do romance Frankenstein (1818; 1831) de Mary Shelley e Cain de Lord Byron (1821), uma peça que Shelley admirava. Tanto Frankenstein como Cain são por sua vez profundamente devedores do poema épico Renascentista de Milton, Paradise Lost, que William Blake, um confesso admirador de Cain de Byron, ilustrou profusamente, incluindo litografias de Caim. A concentração da minha análise fundamentalmente em obras do período Romântico decorre do aumento de visibilidade e ...