Complexidade, cérebro e vida política – Digressões spinozistas

L’article présente d’abord la perspective de la complexité chez Spinoza à par­tir du concept de Dieu en tant qu’une substance absolument infinie. D’où la complexité du réel est identifiable à la complexité de la nature comme Dieu- Substance composée par une infinité d’attributs qui expriment les innombrables modes d’existence. Spinoza nous proposera, à partir d’une vision complexe du monde et de la vie, que la nature est produite à travers d’une infinité de modes que se modalisent d’infinies manières. La perspective que Spinoza nous invite à observer à travers sa théorie physique modal des individus-corps nous conduit à la question de la complexité du cerveau et de ses capacités plastiques de mo­dulation de ses parties constituantes par les expériences singulières et en acte avec les corps extérieurs. Ainsi que la société est un corps pluriel et polypho­nique d’individus le cerveau est un corps pluriel qui exprime sa complexité à travers de l’expérience de connexion de milliards de neurones. Proposer les résonances entre la perspective complexe de la physique des corps chez Spino­za et la vie complexe du cerveau il sera presenter la logique des individus en coexistence, leurs interactions, leurs conflits, leurs dissonances et convenances sans finalismes, sans téléologismes. La perspective de la complexité proposée à travers de la physique des corps chez Spinoza et par la ‘physique’ de la vie cérébrale atteindra à la vision d’une riche vie politique, tensionnelle et plasti­que où la puissance d’agir des individus est renforcée et stimulée à travers les possibles combinaisons, en affirmant leurs différences et les conflits advenus de ces rapports.O artigo apresenta inicialmente a perspectiva da complexidade em Spinoza a partir do conceito de Deus enquanto uma substância absolutamente infinita. Por este prisma, a complexidade do real é identificável à complexidade da natureza enquanto Deus-Substância composta por uma infinidade de atribu­tos que expressam os inúmeros modos de existência. Spinoza nos proporá, a partir de uma visão complexa do mundo e da vida, que a natureza é produzida através de uma infinidade de modos que se modalizam de infinitas maneiras. A perspectiva que Spinoza nos convida a observar através da sua teoria física modal dos indivíduos-corpos nos conduz à questão da complexidade do cérebro e das suas capacidades plásticas de modulação das suas partes constituintes pelas experiências singulares e em ato com os corpos exteriores. Assim como a sociedade é um corpo plural e polifônico de indivíduos o cérebro é um corpo plural que expressa a sua complexidade através de uma experiência conectiva de bilhões de neurônios. Trazer as ressonâncias entre a perspectiva complexa da física dos corpos em Spinoza e a vida complexa do cérebro será apresentar a lógica dos indivíduos em coexistência, suas interações, seus conflitos, suas dissonâncias e conveniências sem finalismos, sem teleologismos. A perspectiva da complexidade através da física dos corpos em Spinoza e da ‘física’ da vida cerebral alcançará à visão de uma vida política rica, tensional e plástica onde a potência de agir dos indivíduos é reforçada e estimulada pelas combinações possíveis, afirmando-se as suas diferenças e os conflitos advindos destas relações