Turismo e património urbano: revisitando a sua relação através de imagens e redes sociais no Porto

Tourism and urban heritage: revisiting their relationship through images and social networks in Porto. Over the last few decades, Porto has undergone the rehabilitation of its buildings and public spaces. These operations have been accompanied by demographic transformations and changing ways of living in the city. Since 2017, after 40 years of decline, the city's population has been on the rise. UNESCO's designation of Porto as European Capital of Culture in 1996 and Porto 2001 have ushered in a new phase with urban regeneration projects. These changes were accompanied by an explosion in tourism in the city.Tourist appeal is also linked to the use of social networks by individuals, organisations, brands and institutions. These contribute to the collective narrative about heritage. Mobile photography and social networks are changing the image of the city, creating a virtuous circle: first students (national and foreign), then international labels and visitors, and finally social networks and mobile photography are contributing to the ongoing recreation of images and representations of the city. These images and representations highlight both an idealised image of the city, but also a criticism of the excessive flow of tourists and the growth in services aimed at them, which contrasts with the real needs of the population, particularly in terms of housing.Tourisme et patrimoine urbain: revisiter leurs relations au prisme des images et des réseaux sociaux à Porto. Ces dernières décennies, Porto a fait l'objet d'une réhabilitation de son bâti et de l'espace public. Ces opérations se sont accompagnées de transformations démographiques et d'une mutation des modes d'habiter la ville. Depuis 2017, après 40 ans de déclin, le nombre d'habitants de la ville augmente. Les labellisations de l'UNESCO en 1996 et Porto 2001 Capitale Européenne de la Culture ouvrent une nouvelle phase avec des projets de réhabilitation urbaine. Ces mutations se doublent d'une explosion du tourisme dans la ville.L'attractivité touristique est aussi liée à l’usage des réseaux sociaux de la part des individus, des organisations, des marques et des institutions. Ceux-ci participent au récit collectif sur le patrimoine. Les photographies mobiles et les réseaux sociaux modifient l’image de la ville, créant un cercle vertueux : d’abord les étudiants (nationaux et étrangers), puis les labels internationaux et les visiteurs, enfin les réseaux sociaux et les photographies mobiles contribuent à la recréation permanente d’images et des représentations de la ville. Ces images et représentations mettent en valeur à la fois une image idéalisée de la ville, mais aussi une critique du flux excessif de touristes et de la croissance des services qui leur sont destinées, qui contraste avec les besoins réels de la population, notamment en matière de logement.Turismo e património urbano: revisitando a sua relação através das imagens e das redes sociais no Porto. Nas últimas décadas, o Porto tem sido objeto de uma reabilitação do seu edificado e dos seus espaços públicos. Estas operações foram acompanhadas por transformações demográficas e mudanças nos modos de vida da cidade. Desde 2017, após 40 anos de declínio, a população da cidade tem vindo a aumentar. A designação do Porto como Capital Europeia da Cultura pela UNESCO, em 1996 e 2001, deu início a uma nova fase com projectos de regeneração urbana. Estas mudanças foram acompanhadas por uma explosão do turismo na cidade.A atração turística está também ligada à utilização das redes sociais por indivíduos, organizações, marcas e instituições. Estas contribuem para a narrativa colectiva sobre o património. A fotografia móvel e as redes sociais estão a mudar a imagem da cidade, criando um círculo virtuoso: primeiro os estudantes (nacionais e estrangeiros), depois os rótulos e visitantes internacionais e, finalmente, as redes sociais e a fotografia móvel estão a contribuir para a recriação contínua de imagens e representações da cidade. Estas imagens e representações evidenciam, simultaneamente, uma imagem idealizada da cidade, mas também uma crítica ao fluxo excessivo de turistas e ao crescimento dos serviços a eles dirigidos, que contrasta com as necessidades reais da população, nomeadamente em termos de habitação