AUTISMO E INCLUSÃO ESCOLAR: CONTRIBUIÇÕES DA PSICANÁLISE DE ORIENTAÇÃO LACANIANA

O presente artigo foi elaborado a partir do trabalho de conclusão de curso intitulado: “Autismo e inclusão escolar: qual o papel do psicólogo?” produzido como pré-requisito para a conclusão da graduação em Psicologia na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Coração Eucarístico e buscou elucidar as decisivas contribuições da psicanálise lacaniana para a inclusão escolar do autista, partindo-se da seguinte pergunta: qual o papel do psicólogo, orientado pela teoria psicanalítica de orientação lacaniana, na inclusão escolar do sujeito autista? Com base em tal questionamento, foi elaborada uma pesquisa bibliográfica, com o objetivo de descrever e especificar o conceito de autismo segundo a psicanálise lacaniana, tendo em vista o contexto escolar. Tomou-se como ponto de partida, três formas de inclusão: a exigida por lei, aquela construída pelo próprio autista e a inclusão que o psicólogo proporciona, a partir da psicanálise lacaniana. Em seguida, dedicou-se ao estudo dos impasses vivenciados pelo sujeito autista em relação à educação e à linguagem. Por fim, foi discutido o papel do psicólogo e as interlocuções entre a pedagogia e a psicanálise lacaniana. Como resultado, foi confirmada a hipótese de que a contribuição fornecida pelo psicólogo de orientação lacaniana, em parceria com o âmbito escolar, reside na atualização e qualificação dos profissionais da educação sobre o autismo, de modo a favorecer a preparação das escolas para receber essas crianças. Além disso, foi possível constatar que o sujeito autista, um inventor por excelência, se vale de seus objetos autísticos, de seus duplos e de sua ilha de competência para construir uma borda, de maneira que é fundamental que a escola acolha as invenções singulares e as saídas construídas por esse sujeito, constituindo assim um caminho possível para a efetiva inclusão do autista, viabilizando o processo de ensino-aprendizagem