A experiência educacional e sanitária da Escola Regional de Meriti: modernização e regionalismo num sertão próximo à Capital (1921-1932)

This article analyzes the first decade of the Escola Regional de Meriti, a private educational institution , created in the village of Meriti (currently Duque de Caxias/RJ) in 1921. The connections between the sanitary and educational movements of the 1920s in the capital made arise the idea of modernization of Brazil through the creation of a school, to take care of the body and spirit of children in the sertão. This enterprise, led by Armanda Álvaro Alberto, had the participation and support of intellectuals from the Federal Capital, such as Edgar Sussekind de Mendonça, Francisco Venâncio Filho, Belisário Penna, Antonio Pacheco Leão, Edgar Roquette Pinto and Alberto Rangel. The concept of regionalism present in the speeches of the School's participants highlighted the need to bring education and health to Brazilian backlands. Starting with the children, but also those responsible for them and, finally, all the men and women of the sertão. Thus, they could grow up strong, healthy and with the knowledge for the country to make progress. There was a perspective of keeping the sertanejo in their own place, without the need to seek a better life in the cities. And, at the same time, the interest in making each region develop according to its potential. The choice of the village of Meriti, a sertão next to the Capital, was the possibility of being in a place on the border between the interior and the big city and that the participating intellectuals of the school could build a school in the sertão and debate in the intellectual circles of the Capital.Este artigo analisa a primeira década da Escola Regional de Meriti, instituição educacional privada, criada na vila de Meriti (atual Duque de Caxias/RJ), em 1921. As conexões entre os movimentos sanitarista e educacional da década de 1920, na Capital, fizeram surgir a ideia de modernização do Brasil através da criação de uma escola, para cuidar do corpo e do espírito das crianças do sertão. Esse empreendimento, liderado por Armanda Álvaro Alberto, contou com a participação e apoio de intelectuais da Capital Federal, como Edgar Sussekind de Mendonça, Francisco Venâncio Filho, Belisário Penna, Antonio Pacheco Leão, Edgar Roquette Pinto e Alberto Rangel. O conceito de regionalismo presente nos discursos dos participantes da Escola ressaltava a necessidade de levar educação e saúde aos sertanejos brasileiros. Começando pelas crianças, mas também aos responsáveis destas e, por fim, a todos os homens e mulheres do sertão. Assim, eles poderiam crescer fortes, saudáveis e com conhecimentos para que o país alcançasse o progresso. Havia uma perspectiva de manter o sertanejo no seu próprio lugar, sem a necessidade de buscar uma vida melhor nas cidades. E, ao mesmo tempo, o interesse de fazer com que cada região se desenvolvesse de acordo com suas potencialidades. A escolha da vila de Meriti, um sertão próximo à Capital, era a possibilidade de estar em um lugar de fronteira entre o interior e a grande cidade e de que os intelectuais partícipes da escola pudessem construir uma escola no sertão e debater nos círculos intelectuais da Capital. Palavras-chave: educação; saúde; modernização; regionalismo; sertão próximo.