O estresse dos profissionais de saúde em tempos de COVID-19 e a atuação das organizações em termos de saúde ocupacional: estudos de caso

O estresse e a síndrome de burnout afetam diversos profissionais no mundo, devido às exigências do mercado, dentre as profissões, se incluem os profissionais de saúde. Nos três últimos anos, foram os que mais sofreram destes males, em consequência da pandemia de COVID-19. A consequência da disseminação deste vírus aumentou a necessidade de realização deste estudo de caso, que teve como objetivo identificar os principais fatores que desencadearam estresse nos profissionais de saúde, a partir das situações a que foram expostos e o impacto na saúde mental destes profissionais. Além disso, avaliou-se a satisfação dos funcionários com a gestão da saúde, as respostas das instituições para os quadros de estresse dos profissionais e também foram propostas medidas para a melhoria da gestão dos serviços de saúde. O estudo de caso foi realizado com profissionais médicos e a enfermeiros. A recolha dos dados fez-se, com o recurso a um guião de entrevistas. Após a coleta de dados foi realizada uma entrevista online e então procedeu-se à transcrição dos dados. Os colaboradores avaliaram, de acordo com suas experiências vividas, o suporte dado por parte das respetivas instituições de saúde. Os dados recolhidos mostraram que os profissionais de saúde apresentaram sintomas que caracterizam o estresse e traços de SB. Já em relação ao apoio psicológico, dois profissionais relataram que ficaram satisfeitos, pois perceberam apoio durante o período mais crítico da pandemia. Contudo, um deles afirmou não ter havido continuidade ao suporte psicológico. Quanto ao apoio social, para quatro entrevistados o apoio familiar foi importante para a recuperação ou para amenizar os impactos na saúde mental. Assim, concluiu-se que a exposição a elevado número de óbitos, a sobrecarga e a exaustão, o medo constante, falta de suporte psicológico adequado, entre outras situações, levaram a danos psicológicos e ao desenvolvimento de transtornos mentais. A maior parte das instituições não prestou o apoio psicológico devido, ou as ações de suporte psicológico adotadas foram insuficientes para amenizar os danos causados à saúde mental dos colaboradores.Stress and burnout syndrome have affected some professionals around the world, due to market demands, among professions that include health professionals. In the last three years, they were the ones who most protected these males, because of the COVID19 pandemic. The consequence of the spread of this virus increased the need to conduct this case study, which aimed to identify the main factors that caused stress in health professionals, based on the situations to which they were expose and the consequent impact on their mental health. professionals. In addition, employee satisfaction with health management was evaluand, the institutions' responses to professionals' stress conditions and measures were proposed to improve the management of health services. The case study was conducted with medical professionals and nurses. Data collection was conducted using an interview guide. After data collection, an online interview was performer and then the data was transcribed. The collaborators evaluated, according to their lived experiences, the support given by the respective health institutions. The collected data showed that health professionals presented symptoms that characterize stress and traits of SB. Regarding psychological support, two professionals reported that they were satisfied, as they perceived support during the most critical period of the pandemic. However, one of them stated that there was no continuity of psychological support. As for social support, for four respondents, family support was important for recovery or to mitigate the impacts on mental health. Thus, it was concluded that exposure to a high number of deaths, overload and exhaustion, constant fear, lack of adequate psychological support, among other situations, led to psychological harm and the development of mental disorders. Most institutions did not provide the necessary psychological support, or the psychological support actions adopted were insufficient to mitigate the damage caused to the mental health of employees