WhatsApp e violência urbana nos telejornais: fluxo de flagrantes, desafios e novas rotinas profissionais

In this article, our objective is to understand the advantages and challenges of using WhatsApp in television news production, especially in the coverage of urban violence, with the purpose of discussing to what extent the flow of images that permeates the app affects professional routines. WhatsApp has become one of the most popular applications in the world for sending and receiving text, sound, and images, and television news also exploits its instantaneity in order to capture violence, especially in regions of armed conflict, hostile to the presence of reporters. In this study, we conducted 13 in-depth interviews with journalists from four Brazilian TV stations. This methodology was complemented by observing the news for a period of six months. In general, journalists value the content of incidents sent via WhatsApp, as the tool has become fundamental for filling out the news, allowing access to images of violent events in certain territories hostile to coverage by the traditional press, not to mention the potential of the incidents to attract the audience. However, the intense and multidirectional flow of images requires more work from professionals in the verification processes, the development of new work routines, and the dilemma between showing or not showing content that has not been fully verified.Neste artigo, nosso objetivo é  compreender as vantagens e os desafios da utilização do WhatsApp na produção telejornalística, especialmente na cobertura da violência urbana, com o propósito de discutir em que medida o fluxo de imagens que permeia o app afeta as rotinas profissionais. O WhatsApp tornou-se um dos aplicativos mais populares do mundo para o envio e recebimento de texto, som e imagem e os telejornais também exploram a sua instantaneidade a fim de conseguir flagrantes de violência, especialmente de regiões de conflito armado, hostis à presença de repórteres. Neste estudo, realizamos 13 entrevistas em profundidade com jornalistas de quatro emissoras de TV brasileiras. Essa metodologia foi complementada com a observação dos noticiários pelo período de seis meses. No geral, os jornalistas valorizam os flagrantes enviados pelo WhatsApp, pois a ferramenta se tornou fundamental para o preenchimento dos noticiários, permitindo acessar imagens de eventos de violência de determinados territórios conflagrados hostis à cobertura da imprensa tradicional, sem falar do potencial dos flagrantes para atrair a audiência. Mas, o fluxo intenso e multidirecional de flagrantes exige mais trabalho dos profissionais nos processos de apuração, o desenvolvimento de novas rotinas laborais e o dilema entre exibir ou não conteúdos não totalmente verificados