COLONIZAÇÃO DE RAÍZES DE CULTIVARES DE ALHO POR INOCULANTES BACTERIANOS

O cultivo do alho ocupa uma posição de destaque na produção agrícola, entretanto diversos são os fatores que contribuem para uma baixa produtividade e as soluções podem estar presentes na utilização de microrganismos. Muitos destes organismos são bactérias que elegem como nichos ecológicos, a rizosfera e/ou o rizoplano de plantas. Estes organismos conhecidos como rizobactérias influenciam na promoção de crescimento de plantas e no controle biológico de enfermidade, recebem o nome de rizobacérias promotoras de crescimento de plantas (PGPR). É de fundamental importância identificar a possibilidade de bactérias compostas em inoculantes comerciais na cultura de alho, a fim de que se possa reduzir a utilização de defensivos e fertilizantes para o aumento da produtividade, tendo, além disso, a diminuição do impacto que a cultura exerce sobre o ambiente. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a capacidade de colonização de quatro inoculantes comerciais em raízes de sete cultivares de alho nas condições in vitro. Bulbilhos de alho das cultivares Caçador, Caxiense, Chonan, Contestado, Ito, Jonas, Quitéria com média de três gramas (obtida de bulbo classe 4), foram desinfetados em hipoclorito de sódio 1% durante três minutos e lavados em seguida em água destilada estéril para retirada do agente de assepsia. Imediatamente os bulbilhos foram imersos isoladamente em 20 mL de inoculantes a base de Azospirillum brasilense; Azospirillum brasilense e Pseudomonas fluorescens; Bacillus licheniformis; Bacillus pumilus, B. subtilis e B. amyloliquefaciens; e testemunha com água destilada estéril e microbiolizados durante 1 hora dentro da câmara de fluxo laminar. Após este período, cada bulbilho foi depositado em tubo de ensaio (15cm x 2cm) contendo 15 mL de ágar-água 0,8%, onde, em seguida, os tubos foram acondicionados em suporte metálico e transferidos para câmara de crescimento sob iluminação fluorescente com fotoperíodo de 12 horas luz à temperatura de 25±1°C. Utilizou-se o delineamento experimental inteiramente casualizado com três repetições contendo um bulbilho em cada repetição para cada inoculante bacteriano em cada cultivar. A testemunha consistia de bulbilhos imersos em água destilada estéril. A avaliação foi realizada no vigésimo dia após a microbiolização dos bulbilhos, observando-se visualmente o comportamento das rizobactérias pela contagem do número de raízes que foram colonizadas e do número total de raízes emergidas. Não houve colonização radicular em nenhum dos cultivares pelos inoculantes bacterianos comerciais utilizados. Foi possível observar ainda que o inoculante a base de Bacillus licheniformis apresentou menor número de raízes entre todas as cultivares com destaque nas cultivares Chonan e Contestado onde ambos tiveram redução de 87% de emissão de raízes, pode-se assim pressupor que o mesmo seja inibidor do desenvolvimento radicular. No entanto, o oposto foi observado com inoculante a base de Azospirillum brasilense e Pseudomonas fluorescens no qual obtiveram incremento de raízes em 187% e 100% nas cultivares Quitéria e Caçador, isto indica que o mesmo proporciona maior desenvolvimento radicular. Contudo sabe-se que nem todas as bactérias de raízes de plantas possuem capacidade de colonização, mas evidencia-se que as mesmas podem apresentar potencial de controle biológico ou potencial de crescimento in vivo