UNIDADE DEMONSTRATIVA E AVALIAÇÃO FENOLÓGICA DE VIDEIRA NO ALTO VALE DO ITAJAÍ

A cultura da videira nos últimos anos tem despertado o interesse de muitos produtores no Estado de Santa Catarina. Cada vez mais tem-se o aumento das áreas cultivadas e com isso regiões distintas desenvolvem projetos voltados a avaliação do desenvolvimento de cultivares adaptadas a cada região. Para isso, realizou-se pesquisas no Instituto Federal Catarinense-Campus Rio do Sul com o apoio da Embrapa Uva e Vinho com a finalidade de avaliar cultivares mais adaptadas a região do Alto Vale do Itajaí, observando características de manejo que podem interferir no desenvolvimento das cultivares de interesse. A área de pesquisa dispõe de um pomar com aproximadamente 400 plantas, dispostas em 16 linhas de produção com 25 plantas. As cultivares utilizadas no projeto são a BRS Núbia, BRS Ísis, BRS Vitória, Niágara Rosada, Isabel Precoce, Concord Clone 30, Bordô, BRS Violeta, BRS Magna e BRS Carmem. Tratos culturais relacionados a poda, aplicação de fungicidas, fertilizantes e entre outros foram realizados em todas as cultivares de maneira indistinta. Sabendo que a videira é uma cultura perene que permanece em dormência durante o inverno, a poda que foi realizada no mês de julho, sendo aplicados superadores de dormência em todas as cultivares com a finalidade de comparar o desenvolvimento da brotação das gemas após o inverno. Para cada cultivar, foram realizados três tratamentos com seis repetições cada, totalizando 18 plantas, sendo esses tratamentos: testemunha (sem aplicação de superador de dormência), Cianamida Hidrogenada 3% (DormexR) e Extrato de alho 4%. As avaliações fenológicas foram conduzidas a cada três dias conforme indicação da Embrapa, seguindo criteriosamente o passo a passo até o término da brotação. Os ramos oriundos da brotação foram conduzidos por meio de alceamento, sendo realizada poda verde quando os ramos excedem o tamanho limitado pela parreira. Frequentemente foram realizadas roçadas e coroamento em torno das plantas do pomar, juntamente com a distribuição de iscas para prevenir o ataque de formigas. Distribuição de fertilizantes químicos e orgânicos são realizados conforme a necessidade da cultura. As aplicações de fungicidas foram baseadas no monitoramento de doenças fúngicas no pomar. A colheita ocorreu nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, conforme a maturação das diferentes cultivares implantadas. Durante a colheita, foi realizada a pesagem da produção de cada planta pertencente ao experimento, posteriormente foram retiradas amostras de frutos de cada planta e encaminhadas ao Laboratório de Fisiologia Vegetal e Pós colheita do próprio Campus para avaliação de pH, Brix, sólidos solúveis, acidez titulável, antocianinas e flavonoides. Portanto, analisando dados obtidos ao longo dos anos, verifica-se que todo o manejo envolvido no processo produtivo reflete significativamente na produtividade final, onde a partir do mesmo manejo aplicado a todas as cultivares, tem-se diferentes respostas que ilustram a adaptabilidade a região, expressa mediante sua produtividade, sanidade e qualidade dos frutos.Fomento: edital APL: 88/2021-IFC