OCORRÊNCIA DE TURNIP MOSAI VÍRUS (TUMV) EM RÚCULA NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ EM SANTA CATARINA

A rúcula (Euruca sativa) é um vegetal folhoso classificado dentro da família das brassicacea e seu cultivo pode ser realizado no sistema convencional ou hidropônico. A cultura ocupa a terceira posição entre as hortaliças folhosas cultivadas no Brasil, ocupando uma área de aproximadamente 40 mil hectares cultivados. Diversos patógenos infectam a rúcula, sendo mais comum a ferrugem branca causada por Albugo candida, no entanto, amostras de plantas de rúcula foram recebidas no laboratório de microbiologia e fitopatologia do IFC/Campus Rio do Sul apresentando sintomas de mosaico, redução significativa de crescimento e principalmente deformação foliar,  estes sintomas clássicos de doença causada por vírus. Com intuito de identificar o agente causal foi realizada uma consulta na literatura na qual descreve quatro viroses para a cultura no mundo. Recentemente em 2017 foi identificado o primeiro vírus na cultura no Brasil no município de Botucatu/SP, apresentando sintomas idênticos ao encontrados nas amostras das plantas e se tratava de Turnip mosaic virus (TuMV) causado por um vírus do gênero Potyvirus e da família Potyviridae. Entre as características do vírus, ele apresenta partículas alongadas flexuosas em torno de 750-750 nm de comprimento e de 15-20 nm de diâmetro, composto por uma partícula de RNA de fita simples com tamanho em torno de 10 mil nucleotídeos. O TuMV tem capacidade de infectar plantas cultivadas e silvestres e já foram encontrados em nabiça (Raphanus raphanistrum), agrião (Nasturtium  officinale), mostarda-branca (Sinapis Alba), mostarda- da abissínia (Brassica carinata), nabo (Brasica rapa), espinafre (Spinacea oleracea), raiz-forte (Armoracia rusticana), acelga (Beta vulgaris subsp. vulgaris) e na ornamental Tropaculum majus. O vírus é transmitido por diversas espécies de afídeos (pulgão), onde é adquirido e transmitido durante a “picada de prova”.  A doença ataca diversas cultivares comerciais de rúcula no Brasil como Astro, Rococó, Selecta, Rokita, Donatella, Antonella, Roka, mas não é transmitido por sementes. Como se dispõe de pouca informação sobre a doença, mas esse é o primeiro relato na região do Alto Vale do Itajaí e provavelmente o primeiro no estado de Santa Catarina, já que não se encontrou relatos sobre essa virose na cultura no estado. A identificação permite o conhecimento da doença e do seu agente causal, bem como as estratégias de manejo de controle a serem feita principalmente com a nabiça e os afídeos