Os sekeru-ankh no antigo Egipto: proveniências, tipos e funções – Império Antigo e Império Médio

Através de raids de intervenção em territórios vizinhos, de missões de firme pacificação de áreas limítrofes ou sob administração egípcia, por determinação do poder central ou de altos funcionários regionais, ou de vitoriosas campanhas militares planeadas pelo Estado, desde o Império Antigo que chegaram ao Egipto contingentes humanos que se integram na categoria de prisioneiros de guerra (sekeru-ankh, «prisioneiros/ cativos vivos»). Qual a proveniência dos prisioneiros de guerra no Império Antigo e no Império Médio? Que tipos de prisioneiros existiram nestes dois períodos mais recuados da história egípcia? Que funções lhes estavam destinadas? Pelas fontes disponíveis, de carácter narrativo-literário e/ ou plástico-iconográfico, podemos perceber esta realidade social e o seu enquadramento no universo demográfico e mental egípcio, responder a estas questões e traçar uma panorâmica diversificada dos prisioneiros de guerra, sempre enquadrada por um conceito egípcio de História em que a realeza, a ideologia e a legitimação influíam directamente na arte da guerra.Through intervention raids in neighboring territories, missions of firm pacification of bordering areas or under Egyptian administration, by determination of the central power or high regional officials, or victorious military campaigns planned by the State, since the Old Kingdom that arrived in Egypt human contingents that fall into the category of prisoners of war (sekeru-ankh, “prisoners/living captives”). Where did prisoners of war come from in the Old Kingdom and the Middle Kingdom? What types of prisoners were there in these two earliest periods of Egyptian history? What functions were assigned to them? From the available sources, of a narrative-literary and/or plastic-iconographic nature, we can understand this social reality and its framework in the Egyptian demographic and mental universe, answer these questions and draw a diversified overview of prisoners of war, always framed by a Egyptian concept of History in which royalty, ideology and legitimation directly influenced the art of war.