O POSSÍVEL FIM DA UNIPOLARIDADE NO SISTEMA INTERNACIONAL: UMA OPORTUNIDADE AO BRASIL?

Com a queda da União Soviética em 1991, o sistema internacional passou de uma configuração bipolar para a unipolaridade. Ou seja, os Estados Unidos da América (EUA) permaneceram como a única superpotência do sistema internacional. Este artigo tem como objetivo central discutir a polaridade do sistema internacional e as consequências de sua mudança ao Brasil. Para tanto, analisa-se como variável as viagens presidenciais dos seguintes países: Rússia, China e EUA. Desta maneira, entende-se que as viagens presidenciais de tais países demonstram seus respectivos movimentos de política externa, seja no sentido de questionar a unipolaridade ou mantê-la. A metodologia adotada foi uma revisão bibliográfica acerca do debate da unipolaridade do sistema internacional e suas possíveis implicações, sob a ótica neorrealista. Além disso, foi realizada uma pesquisa exploratória em bases de dados que compilam as viagens presidenciais das três potências analisadas. Por fim, busca-se entender de que maneira o possível final da unipolaridade pode trazer de vantagens ao Brasil, na sua condição de potência média e emergente. Há a indicação de que uma política externa pragmática e sóbria pode trazer vantagens reais ao país, sobretudo no possível entardecer do poder americano. Conclui-se também que China e Rússia buscam questionar a unipolaridade, fortalecendo a balança de poder, com viagens aos seus aliados regionais. Ao contrário, na tentativa de manter a unipolaridade, os EUA buscam viajar com maior frequência de viagens para aliados históricos, sobretudo os europeus