Avaliação energética e ambiental das deslocações pendulares casa-FCUL

Tese de mestrado, Engenharia da Energia e Ambiente, 2022, Universidade de Lisboa, Faculdade de CiênciasO setor do transporte de passageiros é um dos grandes contribuidores para as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) e mais dependentes das escolhas individuais. A Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa participou numa iniciativa do Grupo de Trabalho de Mobilidade Sustentável (GTMS) da Rede nacional Campus Sustentável (RCS) que visa identificar os padrões de mobilidade nas diversas Instituições do Ensino Superior português, através da distribuição de um inquérito online de março até maio de 2022 a toda a comunidade, com uma taxa de participação de 11%. Pelo inquérito foi possível recolher dados de distância, duração e modo de transporte usado, posse de carro próprio e características, partilha de carro, tipo de estacionamento e o seu custo, entre outros, para estudantes e funcionários. O inquérito realizado em 2017 foi analisado com os mesmos parâmetros de 2022 a fim de identificar, monitorizar e, por fim, dar dicas para futuros inquéritos que permitam a criação de um observatório de monitorização da evolução dos padrões de mobilidade. Identificou-se que os estudantes são o grupo que mais utiliza transportes públicos sendo que os funcionários utilizaram mais transporte privados. O carro próprio segue uma partição gasolina (48%), gasóleo (44%) semelhante à média nacional. A distância média percorrida dos membros é de 15.4 km, superior à média de Lisboa (11 km ida). O consumo de energia foi estimado através das distâncias e modos de transportes, e as emissões de GEE pelo consumo energético, tipo de energia e modo de produção. O consumo de energia em 2017 e 2022 é de 15-12 GJ/capita e a emissão de GEE 838-600kg CO2/capita anual, sendo por estudante de 815-510 kg CO2/capita anual e por funcionário de 862-551 kg CO2/capita anual. As emissões devem-se essencialmente à fase de utilização da energia e não tanto à sua produção.The passenger transportation sector is one of the biggest contributors to greenhouse gases (GHG) emissions and the most dependent on individual choices. The Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) took part in a Grupo de Trabalho de Mobilidade Sustentável (GTMS) of the Rede nacional Campus Sustentável (RCS) initiative that aims to identify mobility pattens in the participating institutions of the Portuguese higher education (IST). This was possible through the distribution of an online enquiry between March and May 2022 to the entire community, with a participation rate of 11%. With the enquiry it was possible to collect date regarding distance, duration and mode of transportation used in house-FCUL trips, car ownership and its characteristics, carsharing, type of parking used and its cost, among others, for students and staff. The 2017 enquiry was analyzed with the same parameters used in 2022 to identify, monitor and provide suggestions for future enquiries that allow the creation of an observatory to monitor the evolution of mobility patterns. It was identified that students use public transportation the most and staff opt to use private transport. In the case of private transportation, the gasoline (48%), diesel (44%) partition obtained was similar to the national average. The average commuting distance (one-way) is 15.4 km, which is superior the average in Lisbon (11 km). The energy consumption was estimated through the travelled distance and the transport mode, and the GHG emissions were estimated by the energy consumption, type of energy and the way it was produced. The energy consumption in 2017 and 2022 is 15-12 GJ/capita with a GHG emission of 838-600 kg CO2/capita annually, 815-510 kg CO2/capita annually for students and 862-551 kg CO2/day for staff. These emissions are mostly related to the energy use phase and not its production