Diagnósticos de enfermagem no transoperatório: mapeamento cruzado

Introdução: O presente estudo objetivou o mapeamento dos termos de registros de enfermagem e dados clínicos de pacientes durante o período transoperatório, ou seja, desde a admissão no centro cirúrgico até o encaminhamento para Unidade de Recuperação Pós-anestésica para cruzamento com um Sistema de Linguagem Padronizada, internacionalmente reconhecida como uma taxonomia diagnostica em enfermagem, denominada NANDA-Internacional. Método: Estudo do tipo retrospectivo, documental, dos registros de Enfermagem contidos nos prontuários de pacientes no período transoperatório em um Hospital da Rede Suplementar de Saúde do município de Niterói, RJ. Desenvolvido, por meio da ferramenta metodológica mapeamento cruzado (cross-maping), que tem por finalidade realizar uma comparação dos termos utilizados no cotidiano do serviço com um sistema de classificação. O cruzamento foi realizado primeiramente por meio de concordância entre os peritos e, depois, por meio do programa R. Resultados: Foram avaliados 65 pacientes no período transoperatório. A maioria do sexo feminino, com média de idade de 50,1 anos, sendo a maioria das cirurgias eletivas. Quanto à especialidade cirúrgica, os procedimentos mais realizados foram os gerais e urológicos. Os termos mais frequentes encontrados nos registros de enfermagem dos prontuários foram bisturi elétrico, placa de bisturi, anestesia geral e intubação. A concordância dos diagnósticos de enfermagem entre os três avaliadores por meio das estimativas do Kappa de Fleiss mostrou que oito apresentaram concordância estatisticamente significante entre os peritos e quatro apresentaram discordância. A partir de tais discordâncias optou-se por se realizar um painel de especialistas para avaliação da concordância de modo presencial e consensual, com o qual obteve-se como diagnósticos prevalentes: Risco de Infecção de sítio cirúrgico (84,6%), Risco de integridade da pele prejudicada (78,5%), Integridade tissular prejudicada (63,1%) e Risco de aspiração (58,5%). Conclusão: os diagnósticos encontrados no período transoperatório são prioritariamente de Risco, logo carecem de identificação precoce pela enfermeira e de intervenções para evitar danos e prevenir complicações como o retardamento na recuperação cirúrgica. Conclui-se que cabe ao enfermeiro, realizar a avaliação dos pacientes cirúrgicos, por meio do Processo de Enfermagem, julgar clinicamente e individualmente as necessidades e os fatores de risco apresentados pelo paciente.67 p