Proposta curricular para o ensino de libras para ouvintes do primeiro segmento do ensino fundamental: um caminho para inclusão de surdos

Atualmente, as políticas públicas de educação destacam a importância de investimentos em uma educação inclusiva como maneira de pensar uma sociedade igualitária. Com base nessa premissa e pensando sobre a inclusão educacional de alunos Surdos, surgiram algumas questões: As crianças Surdas têm sido favorecidas socialmente, linguisticamente e cognitivamente no processo de inclusão educacional? Os professores e/ou escolas recebem estrutura adequada para garantir um ambiente propício à aprendizagem? Como criar mecanismos de interações linguísticas entre Surdos e ouvintes nas escolas regulares inclusivas? Na busca por algumas respostas, estudamos a história da educação de Surdos como meio de compreender o atual processo de educação inclusiva, analisando os instrumentos legais e documentais que o amparam e comparando-os aos documentos legais e teóricos que apóiam a proposta de educação bilíngue para alunos Surdos. Durante a pesquisa, foram apontadas lacunas na organização da proposta inclusiva para Surdos que nos levaram a fundamentar a importância do ensino de LIBRAS para crianças ouvintes. Tivemos a hipótese de que as escolas inclusivas ainda não se encontram preparadas para oferecer uma educação democrática para Surdos e que o ensino de LIBRAS para alunos ouvintes pode ser uma maneira de minimizar as barreiras linguísticas e contribuir para uma escola mais democrática. Assim, esta pesquisa objetivou a criação de um orientador curricular para o ensino de LIBRAS para crianças ouvintes do primeiro segmento do Ensino Fundamental na escola comum inclusiva. Para o desenvolvimento do estudo, optamos pela pesquisa de abordagem qualitativa, exploratória de caráter bibliográfico e documental. A reflexão teórica apoiou-se em autores como Sanchez (1993), Quadros (1997), Skliar (1998, 1999), Vygotsky (2001), Lacerda (2006), Silva (2006), Gesser (2009), entre outros. Como bases legais, foram utilizados documentos como Declaração Universal dos Direitos Humanos, Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994), LDBEN 9493/96 (BRASIL, 1996), Lei. 10.436/2002 (BRASIL, 2002), Lei n° 13146/2015 (BRASIL, 2015), Decreto 5626/2005 (BRASIL, 2005), PCN de Língua Portuguesa e PCN de Língua Estrangeira, entre outros. Ao final, nossas hipóteses foram confirmadas e entendemos que há fragilidade na maneira como a inclusão escolar de alunos Surdos se efetua; Com o objetivo de promover uma resposta para essa fragilidade, esta pesquisa traz como resultado a elaboração de um Orientador Curricular para o Ensino de LIBRAS como segunda língua de alunos ouvintes. Documento esse, que se propõe a orientar os professores e comunidade escolar quanto aos conteúdos, os objetivos e ementa para a disciplina de LIBRAS nas séries iniciais do Ensino Fundamental, no primeiro segmento.72 p