A paisagem religiosa e as representações sociais no culto de Orthia na Esparta Arcaica (sécs. VIII a VI a.c.)

Na primeira década do século XX o sítio da antiga Esparta foi escavado pela British School at Athens, trazendo à tona importantes estruturas e votivos que nos permitem analisar a sociedade espartana do período arcaico ao romano; entre essas se encontra o santuário de Orthia. No que concerne ao mesmo, embora as expedições tenham evidenciado a riqueza dos depósitos associados ao intervalo dos séculos VIII ao VI a.C., análises frequentemente enfatizam a documentação literária posterior, condicionando a interpretação do culto no período arcaico a contornos que ele provavelmente tomaria posteriormente. Diante disso, com este trabalho temos o objetivo de desenvolver uma análise acerca da rede de associações simbólicas da divindade local – em que se compreendem os valores que sobre ela são projetados, as relações estabelecidas com os cultuadores e cultuadoras através dos votivos, como ela imbui e é imbuída de significado pela paisagem em que se situa o santuário, e as aproximações estabelecidas dentro do panteão espartano –, procurando compreender o espaço e a relevância da mesma na experiência dos espartanos e espartanas do período arcaico.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoThrough the first decade of the 20th century the archaeological site of Ancient Sparta has been excavated by the British School at Athens, uncovering important structures and votive objects that allow us to analyze the Spartan society from the Archaic to the Roman period. Among those we have the sanctuary of Orthia. Regarding that sacred place, even though the expeditions made evident the richness of the deposits associated with the time span between the 8th to the 6th centuries BC, studies frequently emphasize the literary documentation that later flourished, conditioning the interpretation of the cult in the Archaic period to characteristics that probably wouldn’t have been developed yet. That said, this research intends to produce an analysis of the symbolic associations network structured around the local goddess – this meaning the values that were projected onto her, the relations with the male and female worshipers as pointed by the votive objects, how she imbues and is imbued with purport by the landscape in which the sanctuary is located, and the approximations inside the Spartan pantheon –, looking to comprehend her space and relevance in the life experience of the young Spartans of the Archaic period.345 p