Potências pedagógicas de escrevivências feministas negras

Temos um acúmulo de debates e reflexões provenientes do movimento negro e, dentro desse, cada vez mais as mulheres negras tem ocupado a centralidade. Dentre estas, existem aquelas que se autodeclaram enquanto feministas negras e que tangenciam a questão da colonialidade como eixo crítico da desumanização de pessoas racializadas. Nesse sentido, interroguei os aspectos pedagógicos das escrevivências de mulheres negras alinhadas a epistemologias feministas negras. Para apresentar os dados produzidos a partir de doze teses, o presente trabalho constituiu-se em um ensaio baseado em um levantamento bibliográfico realizado no Banco de Teses e Dissertações da CAPES. Ele está dividido em três capítulos e conclusão. No capítulo 1, estabeleci aproximações com as propostas do feminismo decolonial, no capítulo dois, debrucei-me sobre o conceito de escrevivências de mulheres negras considerando as especificidades dessa produção intelectual e suas aproximações com o pensamento feminista negro; e no terceiro capítulo teci outras reflexões sobre os espaços de escrevivência feminista negra nas teses analisadas, problematizando seus aspectos pedagógicos. Os dados produzidos com a pesquisa demonstram como as sujeitas autoras articularam a complexa rede de subjetividades que as compõem de modo a produzir saberes e se produzir enquanto intelectuais feministas negras. Também, pude apreender o uso das epistemologias feministas negras enquanto referenciais teóricos que, inclusive, orientaram abordagens metodológicas. Sendo assim, a escrevivência é articulada como um saberfazer, saberensinar.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorWe have a backlog of debates and reflections from the black movement and within that black women have increasingly occupied the center. Among these, there are those that declare themselves as black feminists and that touch on the issue of coloniality as a critical axis of the dehumanization of racialized people. In this sense, I questioned the pedagogical aspects of black women's registries aligned with black feminist epistemologies. To present the data produced from twelve theses, the present work consisted of an essay based on a bibliographic survey carried out at the CAPES Theses and Dissertations Bank. It is divided into three chapters and conclusion. In chapter one, I established approximations with the proposals of decolonial feminism, in chapter two, I looked at the concept of black women's scribes considering the specificities of this intellectual production and its approximations with black feminist thought; and in the third chapter I made other reflections on the spaces of black feminist writing in the analyzed theses, problematizing their pedagogical aspects. The data produced with the research demonstrate how the subject authors articulated the complex network of subjectivities that compose them in order to produce knowledge and produce themselves as black feminist intellectuals. Also, I was able to apprehend the use of black feminist epistemologies as theoretical references that, even, guided methodological approaches. Thus, the clerk is articulated as a know-how, a know-teach.139