The Monicaverse and creative guidelines for children's audiovisual production

Partindo da hipótese de que uma série de conhecimentos e saberes específicos sobre as crianças e o mercado audiovisual se fazem necessários à produção audiovisual infantil, realizamos aqui uma pesquisa qualitativa (DENZIN, LINCOLN, 2006), que parte de um amplo levantamento bibliográfico em torno dos conteúdos audiovisuais infantis produzidos no Brasil e das peculiaridades de seu mercado, também atravessada pela abordagem metodológica da análise fílmica (VANYOE, GOLIOT-LÉTÉ, 1994). A partir da análise de um recorte de obras componentes do Mônicaverso, universo criativo original criado por Maurício de Sousa, apresentamos uma proposta inovadora que objetiva oferecer diretrizes criativas para a produção audiovisual infantil, tendo como argumento central que a produção de qualquer tipo de conteúdo que tenha as crianças como público alvo devem considerar os estágios/etapas de seus processos de desenvolvimento. Para tanto, a proposta leva em consideração a contribuição de Piaget (1999) acerca do desenvolvimento infantil e, como resultado de pesquisa, organiza, a partir da apresentação da triangulação criativa “texto, imagem, som”, um recorte etário categórico para auxiliar na criação de novos conteúdos audiovisuais para infância, sendo eles: primeiríssima infância, para produção de obras direcionadas à crianças com idades entre 0 (zero) e 3 (três) anos; período pré-escolar, para crianças entre 4 (quatro) e 6 (seis) anos; pós- alfabetização / descoberta de mundo, relativo a crianças com idades entre 7 (sete) e 9 (nove) anos; e, o período da criança crescida / tweens, para o público com idades entre 10 (dez) e 12 (doze) anos. Com esta proposição, buscamos contribuir com o desenvolvimento de novas obras e narrativas audiovisuais para o público infantil a partir do embasamento científico e crítico acerca do processo histórico no qual se inserem tais produções, bem como a partir das diretrizes criativas que objetivam nortear a criação de conteúdos cuidadosamente pensados a partir das vivências, experiências, desejos e necessidades das crianças. Por fim, defendemos que, para a elaboração dessas novas produções, as crianças sejam ouvidas e respeitadas em suas subjetividades e também percebidas enquanto agentes políticos na construção das pautas presentes em nosso cotidiano.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorBased on the hypothesis that a series of specific knowledge about children and the audiovisual market is necessary for children's audiovisual production, in this thesis, we present a qualitative research (DENZIN, LINCOLN, 2006), which starts from a broad bibliographic survey around children's audiovisual content in Brazil and the peculiarities of our market, and is also crossed by the methodological approach of film analysis (VANYOE, GOLIOT- LÉTÉ, 1994) so that, based on the analysis of a group of contents inserted at the Mônicaverso, a Maurício de Sousa's original creative universe, we present an innovative proposal in the country that aims to offer creative guidelines for children's audiovisual production, having as its central argument that the production of any type of content aimed to children as a target audience should consider the stages of their development processes. This proposal of ours takes into account Piaget's contribution (1999) about child development and organizes, from the presentation of the creative triangulation "text, image, sound", a categorical age cut to assist in the creation of new audiovisual content for children, namely: early childhood, for the production of works aimed at children aged between 0 (zero) and 3 (three) years old; pre-school period, for children between 4 (four) and 6 (six) years old; post-literacy / world discovery, related to children aged between 7 (seven) and 9 (nine) years; and, the period of the grown child / tweens, for the public with ages between 10 (ten) and 12 (twelve) years old. With this proposal, we seek to contribute to the development of new audiovisual contents and narratives for children, based on the scientific and critical basis of the historical process in which such productions are inserted, as well as from the creative guidelines that aim to guide the creation of contents carefully thought out from the experiences, livings, desires and needs of the children. Finally, we defend that, for the elaboration of these new contents, children should be heard and respected in their subjectivities and also perceived as political agents in the construction of the agendas present in our daily lives.249 p