Tragicidade nas poéticas de Cesário Verde e Cruz e Souza

Nesta tese de doutorado, apresenta-se um estudo comparativo entre as produções poéticas de Cesário Verde e de Cruz e Sousa, em sua vertente trágica, à luz de uma abordagem teórico- crítica moderna. Estabelece-se paralelo entre os projetos literários, com fulcro na análise de um conjunto de poemas, identificados por um enfrentamento ideológico e estético, a partir da incorporação de estratégias semelhantes e dessemelhantes que os poetas utilizam para lidar com os desafios de circunstâncias históricas e sociais, presentes no final do século XIX. Ainda como parte deste estudo, demonstra-se como esses poetas rompem com tradições, ao fazerem uso de uma escrita inovadora, fundamentada em temas e linguagem transgressores, sobretudo em função dos conflitos, contradições e ambiguidades de uma sociedade que se apresenta, quase sempre, distante deles, e por isso mesmo se sentem emparedados e deslocados. Analisa-se de que forma os poetas, diante desse estado de coisas, desafiam as forças do universo e da história, ao se revelarem sofredores, mas também resistentes a essas mesmas forças, ainda que estas não possam ser totalmente compreendidas nem superadas pela prudência racionalThis doctoral thesis, presents a comparative study between the poetic productions of Cesário Verde and Cruz e Sousa, in his tragic side, in the light of a critical-theoretical approach. Established parallels between literary projects, with fulcrum on the analysis of a set of poems, identified by an ideological confrontation and aesthetic, from the incorporation of similar strategies and across dissimilar that poets use to deal with the challenges of historical and social circumstances, present at the end of the 19TH century. A part of this study demonstrates how the poets break with traditions, to make use of an innovative writing, based on themes and language transgressors, especially in light of the conflicts, contradictions and ambiguities of a society that is, almost always, apart of them, and even feel bricked up and shifted. Analyzes how the poets, given this state of affairs, defy the forces of the universe and of history, are suffering, but also resistant to these same forces, although these cannot be fully understood or overcome by rational prudence212 f