Flexibilização do comportamento humano diante às demandas do mercado: um olhar especial sobre a experiência de mulheres que ocupam cargos de gestão

Ao final dos anos 60, com o esgotamento do modelo de produção fordista, houve a necessidade de expansão de novos padrões de regulação do capitalismo, abrindo espaço para o confronto entre a rigidez do fordismo e a flexibilidade exigida pelos novos processos organizacionais. A partir daí, as pressões oriundas do aumento da competitividade culminaram no surgimento de novas formas de gestão do trabalho visando maior flexibilidade diante o aumento da competição e dos riscos. Neste cenário, observa-se que as mulheres foram inseridas no mercado de trabalho de forma vertiginosa, gerando uma série de mudanças não só organizacionais, mas também no seio familiar, no tecido social como um todo e, finalmente, na própria auto-imagem dessa "nova mulher". O objetivo deste trabalho é investigar quais os impactos dessa flexibilização imposta pelo atual modelo econômico na subjetividade dos indivíduos e, em particular, das mulheres ocupantes de cargos de gestão. Para desenvolver a pesquisa, foi realizada uma revisão bibliográfica e uma pesquisa de campo com mulheres ocupantes de cargos de gestão, na área de T.I, de uma instituição financeira no Estado do Rio de Janeiro. Os resultados da pesquisa indicaram que as mulheres sofrem com a pressão do novo modelo, acarretando influências no seu dia-a-dia devido a constante sensação de não serem boas o suficiente no trabalho, na relação com os filhos e maridos, de não conseguirem se realizar por completo, uma vez que sinalizam estar sempre tentando superar as expectativas alheias, impostas por um modelo sócio-histórico que se revela opressorIn the late 60s, with the exhaustion of the Fordism 's model, there was a need for expansion of new patterns of regulation of capitalism, opening space for the confrontation between the rigidity of Fordism and flexibility required by the new organizational processes. From there, the pressures from the increased competitiveness resulted in the emergence of new forms of management flexibility to work before the increased competition and risks. In this scenario, it is observed that women were included in the labor market in a rapid way, generating a series of changes, not only organizational, but aiso within families, the social fabric as a whole, and finally in the self-image that "new woman". The objective of this paper is to investigate what the impact of flexibility imposed by the current economic model in the subjectivity of individuais, particularly women occupying positions of management. To develop the research, it was used a theoretical content and a questionnaire prepared for women in managerial positions in the field of IT from a financiai institution in the State of Rio de Janeir. The survey results indicated that women suffer from the pressure of the new model, leading influences in their day by day due to constant feeling of not being good enough at work, the relationship with their children and husbands, not to achieve itself completely, since them signal that are always trying to surpass the others' expectations, imposed by a socio-historical model which is oppressiv