Conhecimentos mal concebidos, obstáculos epistemológicos e inserção CTSA: implicações no ensino e aprendizagem do tema eletroquímica no ensino médio

A Eletroquímica é um tema de grande relevância social e que pode ser trabalhado pela integração de conceitos científicos, tecnológicos e ambientais. A fundamentação teórica se pautou na articulação entre teorias de aprendizagem na interface cognitivista-humanista e modelos teóricos voltados à natureza do conhecimento químico e assuntos correlatos à Educação. Neste sentido, o objetivo deste estudo foi discutir as implicações do ensino e da aprendizagem do tema Eletroquímica no Ensino Médio a partir de três vieses complementares: os conhecimentos mal concebidos dos alunos reportados na literatura, o potencial de inserção CTSA (Ciência – Tecnologia – Sociedade – Ambiente) em um livro didático (LD) e os possíveis obstáculos epistemológicos (OEs) presentes neste mesmo material instrucional. A metodologia qualitativa do estudo se baseou em parâmetros pré-estabelecidos e referenciados na literatura para a realização da coleta e análise dos dados. A revisão sistemática da literatura, por meio da metodologia PRISMA, resultou em 10 artigos de três periódicos nacionais e internacionais, onde foram identificados 96 conhecimentos mal concebidos, sendo 43,8% deles com grande robustez. O LD analisado (Química Cidadã de Santos e Mól, 2016), por sua vez, apresentou uma concentração de abordagens problematizadoras e pautadas na inserção CTSA nas unidades didáticas (UDs) iniciais e finais, enquanto o enfoque estritamente científico predominou nas partes centrais do capítulo voltado ao tema Eletroquímica. No que se refere aos OEs, foram identificados seis dos 10 tipos propostos por Bachelard, sendo notória a presença daqueles verbais e substancialistas. A partir dos resultados é possível vislumbrar empecilhos ao estudo eletroquímico, visto que estes não contemplam as implicações pedagógicas que a natureza social e multirrepresentacional do tema requer.Electrochemistry is a social relevant topic that can be worked on through the integration of scientific, technological and environmental concepts. The theoretical framework was based on the articulation between learning theories in the cognitivist-humanist interface and theoretical models focused on the nature of chemical knowledge and topics related to Education. Therefore, the aim of this study was discussing the implications of Electrochemistry teaching and learning in High School from three complementary aspects: students' misconceived knowledge reported in the literature, the potential for STSE insertion (Science–Technology–Society–Environment) in a textbook and the possible epistemological obstacles present in this same instructional material. The qualitative methodology of this study was based on pre-established referenced parameters in the literature to carry out the collection and analysis of data. The systematic review of the literature, using the PRISMA methodology, resulted in 10 articles from three national and international journals, where 96 misconceived knowledge were identified, of which 43.8% were highly robust. On the other hand, the textbook analyzed (Química Cidadã from Santos and Mól, 2016) presented a concentration of problematizing approaches based on the STSE insertion in the initial and final didactic units, while the strictly scientific approach predominated in the central parts of the Electrochemistry chapter. When it comes to the epistemological obstacles, six of the 10 types proposed by Bachelard were identified, especially verbal and substantialist. Based on the results it is possible to glimpse barriers to the electrochemical study, since they do not contemplate the pedagogical implications that the social and multi-representational nature of the theme requires.93 f